Limitação da capacidade operacional é desafio a ser superado pelos portos brasileiros

Tema foi abordado no primeiro painel do Summit Portos 2022, promovido pelo Grupo Tribuna em Brasília

Por: Anderson Firmino  -  01/09/22  -  17:34
Painel abriu os debates do evento realizado em Brasília
Painel abriu os debates do evento realizado em Brasília   Foto: Maurício Martins/AT

O primeiro painel do Summit Portos 2022, promovido pelo Grupo Tribuna e que acontece nesta quinta-feira (1º) em Brasília, fez um diagnóstico do setor portuário no País, elencando uma série de questões que impactam na competitividade brasileira. Entre os participantes, o sentimento foi um só: há muito a ser feito, em especial sobre a limitação de capacidade operacional dos portos brasileiros.


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"O aumento da corrente de comércio exterior é um ingrediente fundamental para nosso crescimento sustentável. Mas, quando tomamos o ranking do Fórum Econômico Mundial, nossa infraestrutura portuária não está bem classificada. Há muito espaço para crescer, apesar dos grandes avanços no período recente, sobretudo por conta do investimento privado", analisou o consultor na área de Infraestrutura, Economista e professor da FGV, Gesner Oliveira.


O economista Gesner Oliveira alertou para ausência do Brasil nas principais rotas internacionais
O economista Gesner Oliveira alertou para ausência do Brasil nas principais rotas internacionais   Foto: Maurício Martins/AT

Ele lembrou que o Brasil não está inserido como deveria nas principais rotas internacionais. "De certa forma, estamos fora do jogo. Uma potência agro que, olhando para a frente, pode vir a ser a maior do mundo, enfrenta essa questão. Precisamos inserir o País nesse mapa e, consequentemente, dinamizar muito o intercâmbio de bens e serviços".


Para o superintendente geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), Alexandre Barreto, a solução para mitigar esse problema é trazer segurança jurídica.


"A previsibilidade de decisão dos agentes estatais é um dos caminhos. Quanto ao setor de infraestrutura, ele é, de forma geral, regulado pela Antaq (Agência Nacional de Transportes Aquaviários). A dinâmica das ações prima pelo diálogo entre as agências estatais. Decisões divergentes trazem insegurança jurídica para o mercado".


Já o diretor-geral da Antaq, Eduardo Nery, avaliou que o Porto de Santos, em especial, é um pouco "vítima do seu sucesso", no que diz respeito à capacidade operacional.


"Chegamos a um momento do setor em que você tem gestores nas Companhias Docas, uma mudança positiva. E o Porto de Santos é um caso clássico. Ao mesmo tempo em que se faz o porto dar lucro, o caixa dele com mais recursos é algo preocupante, pois mostra que não consegue investir esse lucro gerado em infraestrutura".


De acordo com o coordenador de Assuntos Logísticos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), José Perboyre Ferreira Gomes, a pandemia da covid-19 potencializou a necessidade de pensar no futuro quanto ao escoamento da produção.


"Nossa vocação natural é fornecer comida para o mundo. Com esse potencial de crescimento que temos, essa é uma questão fundamental. Os armadores estão investindo em navios maiores, que superam a capacidade dos nossos portos. Sabemos que são precisos muitos investimentos".


O Summit Portos 2022 é transmitido em tempo real pela plataforma do evento. O aplicativo Summit Portos está disponível nas lojas da Apple ou Google. Outras informações no site oficial do evento.


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