Guarujá aposta em reformulação viária para facilitar circulação de caminhões rumo ao Porto

Projeto envolvendo construção de trincheiras em Vicente de Carvalho é apresentado pela Prefeitura à Antaq

Por: Ágata Luz  -  22/05/22  -  06:41
Atualizado em 22/05/22 - 15:50
A ideia é que caminhões com destino aos terminais da Margem Esquerda passem a rodar em trincheiras após saírem do túnel
A ideia é que caminhões com destino aos terminais da Margem Esquerda passem a rodar em trincheiras após saírem do túnel   Foto: Divulgação

Com objetivo de garantir um espaço exclusivo para o tráfego de veículos pesados na área urbana, a Prefeitura de Guarujá encaminhou à Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em meio ao processo de desestatização do Porto de Santos, uma proposta de reformulação viária para facilitar a movimentação de cargas na Cidade. A ideia é que caminhões com destino aos terminais da Margem Esquerda passem a rodar em trincheiras a serem construídas no Distrito de Vicente de Carvalho.


Clique, assine A Tribuna por apenas R$ 1,90 e ganhe centenas de benefícios!


Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Portuário de Guarujá, Paulo Cavini, o projeto do túnel submerso que ligará o Município a Santos inclui um viaduto sobre a Praça 14 Bis, em Vicente de Carvalho. “Obviamente que não concordamos com isso e começamos a procurar algumas soluções”.


A partir disso, uma equipe técnica da Prefeitura foi mobilizada para estudos de viabilidade sobre o tema. Após dois meses de debates, a solução foi encontrada por meio de trincheiras, que servirão como extensão do túnel. Elas ficarão no terreno que hoje abriga torres de energia elétrica e corta as avenidas Guilherme Backeuser e Santos Dumont, a Praça 14 Bis e as ruas 24 de Agosto e São Paulo.


“Para fazer a trincheira, você faz a escavação e abaixa o leito carroçável (pista e acostamentos). Não é como um túnel porque o túnel tem investimento muito alto. Mas, abaixaríamos de três a quatro metros para poder fazer cruzamentos por cima dessas trincheiras, evitando a criação de viadutos”, explica o secretário.


A ideia de Cavini é que as trincheiras sejam uma conexão para caminhões até a Rodovia Cônego Domênico Rangoni, por meio de uma nova estrada, a ser criada próxima ao futuro Aeroporto Civil Metropolitano. Porém, nem sempre por trincheiras.


“Essa pista vai mergulhando e subindo. Quando chegar perto da estrada, virará uma pista normal, porque não há moradores por lá e em alguns trechos serão necessárias pontes e pilares, já que é uma área de preservação ambiental com córregos e riachos. As trincheiras servem para não colocar o tráfego pesado no viário da Cidade. De certa forma, os caminhões saem do túnel e começam a emergir, só que não emergem para o leito carroçável, continuam baixos”.


Investimento
De acordo com o secretário, o projeto deve exigir R$ 450 milhões em investimentos, valor aproximado do projeto de túnel a ser construído entre as zonas Leste e Noroeste de Santos, que será uma contrapartida do Governo Federal devido ao túnel submerso que ligará as duas margens do Porto. “Que Guarujá também seja contemplada e ganhe com a desestatização, tendo uma melhora no viário”, diz Cavini.


“Estamos falando em cinco anos para frente”, explica o titular de Desenvolvimento Econômico, em referência ao prazo para conclusão do projeto. A previsão é contada a partir da privatização do complexo portuário. “Assim que a desestatização ocorrer, entre licenciamento e construção, que é uma parte muito tecnológica, eles estimam cinco anos para o túnel estar pronto”.


De acordo com ele, as linhas de energia do terreno em Vicente de Carvalho que abrigará as trincheiras serão desativadas. “O que não for desativado, será enterrado”. Cavini ainda ressalta que o projeto desenvolvido pela Prefeitura leva em conta o Aeroporto e a chegada do Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), previsto com o túnel. “Também pensamos em uma conexão do VLT já ligando Santos e São Vicente à estação de aeroporto desse modal”.


Diálogo e análise
A contraproposta de Guarujá foi enviada à Antaq em março, em meio à consulta pública sobre o processo de desestatização do complexo portuário. “Não poderíamos receber no viário municipal dois mil caminhões a mais por dia, então houve um trabalho conjunto”, resume Cavini.


De acordo com a Antaq, “as contribuições, subsídios e sugestões recebidas no âmbito da audiência pública 1/2022 (que abordou a desestatização) serão analisadas, incorporadas e respondidas pela agência”.


Logo A Tribuna
Newsletter