Grupo Tribuna mostra caminhos para o setor portuário brasileiro no Summit Portos 2022

Evento reunirá na próxima quinta-feira (1º), em Brasília, autoridades e especialistas do segmento

Por: Anderson Firmino  -  28/08/22  -  12:01
Atualizado em 01/09/22 - 14:21
A participação do Porto de Santos na corrente comercial brasileira atingiu 28,9% no mês de julho
A participação do Porto de Santos na corrente comercial brasileira atingiu 28,9% no mês de julho   Foto: Carlos Nogueira/Arquivo/AT

Impactos da restrição da capacidade portuária nos custos e na eficiência logística do País, operações integradas e desafios para o aumento da produtividade. Estas são três faces de uma mesma questão, que move o Summit Portos 2022 - Capacidade e Competitividade, marcado para a próxima quinta-feira (1º), no Brasília Palace Hotel, na Capital Federal. Com realização do Grupo Tribuna, o evento será transmitido ao vivo pelo aplicativo Summit Portos, disponível nos sistemas iOS e Android.


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Em Brasília, um time de especialistas e autoridades ajudará a traçar a radiografia de uma necessidade urgente da economia brasileira: maior participação global, com a resolução de problemas logísticos e de infraestrutura. Quem dá os detalhes é o engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes Luís Cláudio Santana Montenegro.


“O primeiro painel deve tratar do principal problema, que é a questão da falta de capacidade nas nossas infraestruturas logísticas, uma situação que leva à formação de filas. Elas são o resultado da ineficiência. O segundo vai mostrar as experiências internacionais a partir do momento em que esse problema foi encarado no exterior. E o terceiro painel será sobre como nós deveríamos lidar com isso”.


O especialista estima que R$ 48 bilhões por ano sejam desperdiçados com caminhões e navios parados em filas nos portos brasileiros. Para se ter uma ideia, no decreto que inclui o Porto de Santos no programa de desestatização, o investimento previsto é de mais de R$ 18 bilhões. Para ele, a solução para a falta de capacidade vem em três etapas.


“A primeira é melhorar a eficiência. Quando você chega a um nível em que essa mudança começa a não trazer resultado, parte-se para a expansão da capacidade da infraestrutura que você tem. Por fim, se não for mais possível, novas estruturas precisam ser criadas”.


Restrição de capacidade

Consultor na área de Infraestrutura, economista e professor da Fundação Getulio Vargas (FGV), Gesner Oliveira entende que a restrição na capacidade operacional deve ser atacada em nome do ganho de competitividade. “Temos uma demanda por serviços portuários que excede muito a oferta. Existe aí um grande problema de subinvestimento e precisamos de um salto”.


Montenegro vai na mesma linha, citando a situação do Porto de Santos como exemplo de uma melhor e mais adequada ocupação. “É um porto que possui um gargalo enorme de capacidade e tem áreas vazias, como a do STS10, um espaço nobre, na entrada do Porto. Está assim há muitos anos por dois simples motivos: insegurança jurídica e burocracia”.


Já Oliveira acrescenta que, mesmo que os investimentos para a melhoria das questões logísticas sejam viabilizados, ela não acontece de forma imediata. “Você tem uma necessidade de investimento muito grande e existe um hiato temporal, antes do qual não se consegue ter benefício. Então, a gente precisa ser o mais rápido possível e atrair capital privado”.


“Estamos falando de engenharia de transporte. Mas lidamos com isso muito na base do achismo, das hipóteses. Temos que eliminar esse Custo Brasil”, complementa Montenegro.


Expansão e competitividade

A fórmula para a expansão da capacidade e a retomada da competitividade não é algo pronto, mas certamente inclui elementos como segurança jurídica para investimentos, eficiência das agências reguladoras - especialmente a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) - e o Estado como indutor. Na visão dos especialistas que participarão do Summit Portos 2022, esse pode ser o caminho das pedras.


“Precisamos criar regras que facilitem o investimento. Depois, a agência reguladora, no caso a Antaq, deve ter uma presença forte para evitar eventuais abusos”, explica Luís Cláudio Santana Montenegro.


De acordo com o consultor, até pouco tempo, a visão era quase desestimuladora de investimentos. “O que acontecia no Brasil num passado recente? À medida que você desconfia da capacidade de coibir abusos, impede o investimento. É o que de pior pode acontecer. As agências reguladoras, felizmente, têm evoluído muito, sobretudo a Antaq”.


Para Gesner Oliveira, o Estado precisa ser um bom regulador. “Pode coordenar iniciativas, mas é um mau empresário, em geral. Não usa os recursos de forma mais eficiente, não tem a mesma qualidade de gestão. E também está sujeito a ciclos políticos”.


Oliveira acredita que as empresas devem focar na questão da inovação, sobretudo num momento em que precisam ter políticas robustas de ESG (sigla em inglês para ambiental, social e governança).


“As empresas e entidades devem promover esse conhecimento das melhores práticas. Por outro lado, é preciso haver uma articulação com centros de pesquisa, universidades e laboratórios. O Governo pode ser esse elo”, recomenda.


Todas as melhorias, somadas, poderão ajudar o País a melhorar sua participação no comércio exterior internacional. “A participação é de apenas 1,04%. Quase nada para um país do tamanho do nosso. É o resultado final de como estamos tratando nossos problemas”, encerra Montenegro.


Programação

SUMMIT PORTOS 2022 – CAPACIDADE E COMPETITIVIDADE
14h -
vídeo Marcelo Sampaio, Ministro de Estado da Infraestrutura

14h15 - PAINEL 1 | DIAGNÓSTICO DO SETOR PORTUÁRIO


Impacto das restrições da capacidade portuária nos custos e na eficiência logística do país
• Gesner Oliveira, Consultor na área de Infraestrutura, Economista e Professor da FGV
• Eduardo Nery, Diretor-Geral da ANTAQ
• Alexandre Barreto, Superintendente Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Palestra
• Augusto Nardes, Ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) (a confirmar)

15H- PAINEL 2 | MELHORES PRÁTICAS NO MUNDO

Operações integradas, Logística Colaborativa e Cases Mundiais em Comparação ao Case Brasil
• Cesar Mattos, Ex-Secretário de Advocacia da Concorrência e Competitividade do Ministério da Economia
• Jonas Mendes Constante, Diretor de Projetos e Consultor Senior em Estratégia Portuária da Fundación Valenciaport
• Flávio da Rocha Costa, Gerente-Geral de Logística da Eldorado Brasil Celulose
• José Perboyre Ferreira Gomes, Coordenador de Assuntos Logísticos da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) • Lilian Marques, Coordenadora Geral do Cade

16h - PAINEL 3 - DESAFIOS

Desafios para o Aumento de Competitividade Brasileira
• Luis Claudio Montenegro, Consultor / Logística Multimodal
• Mateus Szwarcwing, Diretor-Presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL)
• Mario Povia, Secretário Nacional de Portos e Transportes Aquaviários do Min. da Infraestrutura
• Patricia Lascosque, Superintendente Institucional de Logística da Suzano Celulose
• Bruno Nunes Sad, Diretor do Departamento de Desinvestimentos da Secretaria de Desestatização e Desinvestimento da Secretaria Especial de Desestatização, Desinvestimento e Mercados do Ministério da Economia
• Leo Huisman Head of Terminals Americas - APM Terminals

17h15 - PALESTRA – PERSPECTIVAS - Integração vertical no setor da saúde • Marcus Vinicius Dias, Secretário Executivo do Ministério da Saúde

17h35 - ENCERRAMENTO • Patricio Junior, Diretor de Investimento em Terminais da TiL


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