Governo planeja leilão de novo terminal de contêineres no Saboó em Santos

Motivo é a proximidade entre a demanda e a capacidade de operações de caixas metálicas no cais santista

Por: Fernanda Balbino  -  23/12/21  -  07:59
Hoje, a soma das capacidades dos terminais de contêineres é de 5,3 milhões de TEU; nova área deverá ampliar em mais de 2 milhões de TEU
Hoje, a soma das capacidades dos terminais de contêineres é de 5,3 milhões de TEU; nova área deverá ampliar em mais de 2 milhões de TEU   Foto: Carlos Nogueira/AT

A proximidade entre a demanda e a capacidade de movimentação de contêineres no Porto de Santos faz com que a grande aposta de concessão de áreas para a operação no próximo ano seja o STS10. Os documentos para o leilão da área, no cais do Saboó, devem entrar em consulta pública já no próximo mês. A expectativa é de que o arrendamento seja realizado no terceiro trimestre.


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Os terminais do Porto de Santos devem encerrar o ano com um salto de 14% na movimentação de contêineres.


Enquanto, no ano passado, 4,2 milhões de TEU (unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) foram operados, neste ano o volume deverá ser de 4,8 milhões de TEU. O dado é da Santos Port Authority (SPA), a estatal que administra o cais santista.


Com o arrendamento do STS10, há a estimativa de investimentos R$ 2,2 bilhões. A área do lote tem 463.843 metros quadrados e, no passado, foi dividida entre terminais da Rodrimar, da Deicmar e de uma parte do Ecoporto Santos.


A área deverá acrescer em mais de 2 milhões de TEU a capacidade de movimentação do Porto. Hoje, a soma das capacidades dos terminais de contêineres do complexo santista é de 5,3 milhões de TEU.


Neste ano, mesmo em um cenário de pandemia, a movimentação chegará muito próximo do que é possível operar com eficiência. Caso seja mantido esse ritmo no próximo ano, o Porto poderá somar 5,4 milhões de TEU - acima da capacidade existente.


Por conta disso, o Governo Federal aposta no leilão do STS10 como uma forma de ampliar a capacidade de movimentação em um curto espaço de tempo.


As projeções consideram o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), variações de câmbio, aumentos nos fluxos de cabotagem e a reorganização nos serviços dos armadores. Com isso, a expectativa é de que, em 2040, o cais santista movimente 8,7 milhões de TEU.


É mais que o dobro do registrado no ano passado, quando o Porto movimentou 4,2 milhões de TEU.


Ocupação
A taxa de ocupação de berços nos terminais de contêineres em Santos é outro problema que já preocupa os executivos do setor. O motivo é que ela está acima do recomendável.


De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), o ideal é de que esse índice esteja em 65% para instalações que movimentam caixas metálicas.


Acima disso, a operação se torna mais lenta, o que compromete a produtividade do terminal. E tende a piorar se qualquer evento extraordinário ocorrer, como o fechamento do canal de navegação por intempéries climáticas, entre outros.


De acordo com a SPA, a taxa de ocupação de berços nos terminais de contêineres de Santos supera 70% na média, tendo ficado em alguns meses deste ano acima de 85% na Brasil Terminal Portuário (BTP) e na DP World Santos. Em fevereiro deste ano, a DPW chegou a ter mais 100% de ocupação de berços.


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