França quer Santos entre os dez maiores portos do mundo

Ele tomou posse como ministro de Portos e Aeroportos e reiterou que autoridade portuária não será privatizada

Por: Rafael Motta  -  02/01/23  -  20:37
O ministro observou que, dos dez maiores portos do mundo hoje, sete estão na China
O ministro observou que, dos dez maiores portos do mundo hoje, sete estão na China   Foto: Ricardo Botelho/MInfra

O ministro de Portos e Aeroportos, Márcio França, disse ter como meta fazer de Santos um dos dez maiores portos em movimentação de contêineres no mundo. A declaração foi feita em entrevista coletiva à imprensa após a cerimônia na qual tomou posse, na tarde desta segunda-feira (2), em Brasília.


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Também aos jornalistas, França reiterou que as autoridades portuárias — estatais federais que administram os portos do País, como a Santos Port Authority (SPA) — não serão privatizadas no atual Governo (leia adiante). Mas “não há problema de você privatizar os terminais”.


O ministro observou que, “dos dez maiores portos do mundo hoje, sete estão na China. Todos eles, com autoridades portuárias públicas. Então, não é verdade que, por não ser público, não pode ser eficiente. Nós precisamos aprender a trabalhar com o que é público e eficiente”.


Essa relação de complexos portuários integra o catálogo Lloyd’s List, One Hundred Ports 2022, alusivo aos cem maiores portos do mundo em movimento de contêineres, com base em dados de 2021. O Porto de Santos surgiu na 41ª posição. “A gente quer colocar o de Santos entre esses dez maiores do mundo”, comentou França, no início da entrevista.


O levantamento indica que, em 2021, Santos movimentou 4,831 milhões de TEU (sigla, em inglês, para contêineres de 20 pés de comprimento, ou 6,10 metros). O maior de todos, em Xangai, na China, teve tráfego de 47,030 milhões de TEU naquele ano. O décimo colocado na lista, em Roterdã, na Holanda, surgiu na Lloyd’s List com 15,3 milhões de TEU.


Ordem presidencial


O ministro reiterou que “nós não vamos privatizar a autoridade portuária” por determinação do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). “É uma visão, e uma visão vitoriosa da eleição, e nós vamos respeitar”, disse. França mesmo havia descartado a desestatização já no último dia 22, quando seu nome foi confirmado para compor o ministério da nova gestão.


A questão havia sido levantada na solenidade de posse pelo presidente da Federação Nacional dos Portuários (FNP), Eduardo Guterra, chamado a discursar. Ele citou o despacho presidencial assinado no domingo, dia da posse, no qual retirou oito empresas públicas dos programas de Parcerias de Investimentos da Presidência (PPI) e Nacional de Desestatização (PND). As companhias docas não estavam na relação.


Na coletiva, França se disse defensor de “um formato tripartite, que tivesse municípios, Estado e União, que fosse em conjunto esse comando (dos portos). E nada impede que esse comando também tenha uma quarta posição para ter um privado combinando e, ao mesmo tempo, ajudando a gerenciar. Mas a privatização pura, com a passagem para a Autoridade Portuária ser integralmente privada, (...) não acontecerá”.


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