Exportação de suco de laranja sobe 28,3% no Porto de Santos

Salto foi verificado no 1º quadrimestre deste ano, em comparação com o mesmo período de 2022

Por: Bárbara Farias  -  25/06/23  -  08:55
Produção de suco de laranja no Interior do Estado: Santos é parte vital da cadeia logística
Produção de suco de laranja no Interior do Estado: Santos é parte vital da cadeia logística   Foto: Célio Messias/Estadão Conteúdo/Arquivo

Principal exportador de suco de laranja do País, o Porto de Santos registrou um aumento de 28,3% nos embarques do produto no primeiro quadrimestre deste ano em comparação ao mesmo período de 2022. Foram 946,8 mil toneladas de janeiro a abril de 2023, contra 738,3 mil no quatro primeiros meses do ano passado. Em crescimento progressivo na região, a comercialização do granel líquido movimentou US$ 2 bilhões (cerca de R$ 10 bilhões) em 2022.


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De acordo com os números fornecidos pela Autoridade Portuária de Santos (APS) para A Tribuna, no último ano foram exportadas 2,6 milhões de toneladas de suco de laranja, um aumento de quase 10% em relação a 2021 (2,4 milhões de toneladas).


Segundo a gestora do complexo portuário, Santos é a principal porta de saída do produto nacional, embarcando 91% do suco de laranja produzido no País por meio de três terminais dedicados a granel líquido para sucos cítricos. Dois deles são localizados no porto organizado, Citrosuco e Louis Dreyfus Company (LDC), ambos na Margem Direita. O terceiro é o Terminal de Uso Privado (TUP) Cutrale, na Margem Esquerda. Juntos, eles têm capacidade para movimentar 4 milhões de toneladas.


A Autoridade Portuária explicou que o produto é embarcado “em maior parte como granel líquido, em navios especializados e terminais específicos. Em menor parte, seguem em tambores dentro de contêineres”. O País lidera a produção e as exportações de suco de laranja, respondendo por cerca de 60% do total produzido no mundo e detendo 80% do comércio global do produto, ainda de acordo com a APS.


Especialista em gestão portuária e técnico em logística e transportes, o consultor da Agência Porto Consultoria, Ivam Jardim, afirmou que “a importância do Porto de Santos na pauta de exportação de suco de laranja é fundamental e extremamente estratégica para São Paulo e o Brasil”, destacando ainda a relevância do complexo santista na cadeia produtiva e na economia.


“Tal dependência não pode nem ser medida em aspectos econômicos ligados somente ao setor portuário, sendo muito maior a questão. Toda uma gigantesca cadeia produtiva, com geração milionária de valores em impostos e milhares de empregos diretos e indiretos, depende de exportação em três terminais que têm o que há de mais moderno. O Brasil é criador de tecnologia na área. Esses terminais movimentaram em 2022 mais de US$ 2 bilhões”.


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Em nota, a francesa LDC, que atua em 70 países, explicou que conta com ampla cadeia logística - no Brasil, são três terminais de processamento em Matão (SP), Bebedouro (SP) e Paranavaí (PR) - e dois terminais portuários são parte fundamental no processo: os de Santos e de Ghent, na Bélgica. “Isso nos permite a distribuição mundial de sucos de laranja, limão siciliano e limão tahiti, bem como diversos produtos derivados”.


Sobre o processo de exportação, a LDC informou que as frutas são transportadas até suas fábricas, onde ocorre a produção do suco, que posteriormente é enviado a granel ou em tambores para o Porto de Santos, via modal rodoviário. No Porto, o suco é armazenado e transportado aos navios, em tanques dentro de câmaras refrigeradas, sem entrar em contato com o ambiente externo.


Procuradas para comentar a alta na movimentação, a Cutrale não retornou e a Citrosuco informou que não poderia fornecer os dados no prazo solicitado pela Reportagem.


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