Exportação de café pelo Porto de Santos recua 3,4%

O motivo são os problemas logísticos enfrentados no mundo todo

Por: Redação  -  14/09/21  -  07:13
 Exportações brasileiras registraram queda de 25% na movimentação em agosto
Exportações brasileiras registraram queda de 25% na movimentação em agosto   Foto: Carlos Nogueira/AT

Mais de 20,4 milhões de sacas de 60 quilos de café foram embarcadas no Porto de Santos com destino ao mercado internacional entre janeiro e agosto. Em relação ao mesmo período do ano passado, houve uma queda de 3,4% nos embarques. O cais santista, que antes respondia por 78,9% das remessas da commodity, agora é responsável por 77,6% do total escoado no País. Mas, apesar do volume expressivo, as exportações brasileiras do produto registraram queda de 25% na movimentação no mês passado, somando 2,6 milhões de sacas. O motivo são os problemas logísticos enfrentados no mundo todo.


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Segundo o Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), 3,5 milhões de sacas deixaram de ser exportadas pelo País entre maio e agosto. Considerando os preços médios dos embarques, equivale a uma perda de aproximadamente US$ 500 milhões em receitas.


Gargalos logísticos
De acordo com o presidente da entidade, Nicolas Rueda, a reviravolta no desempenho das exportações brasileiras de café, que eram positivas até o acumulado de julho, reflete a continuidade dos gargalos logísticos no transporte marítimo. Segundo ele, trata-se de um problema estrutural que extrapola as fronteiras do Brasil e do produto.


“Essa grave crise operacional gerou disparada no valor dos fretes, constantes cancelamentos de bookings – espaço dos contentores nos navios –, dificuldade para novos agendamentos e disputa por contêineres e lugares nos navios”, explica o executivo.


O problema vem sendo enfrentado em todo o mundo e não tem uma solução prevista em curto período. Com o início da pandemia e o fechamento de alguns terminais portuários, principalmente na Ásia, houve um desbalanço de contêineres. O problema ainda se agravou com a interdição do Canal de Suez, no Egito, por seis dias após o encalhe de uma embarcação.


Menos caixas metálicas
Entre janeiro e agosto, houve queda na utilização de caixas metálicas para o transporte do café brasileiro. Enquanto nos oito primeiros meses de 2020, foram utilizados 74.089 TEU (unidade equivalente a um cofre de 20 pés), no mesmo período deste ano, foram 73.811 TEU.


Rueda aponta que, com o avanço da vacinação e a reabertura das principais economias globais, especialmente Estados Unidos e Europa, houve um aumento da demanda por alimentos, bens e serviços, com a busca de embarcações, provenientes principalmente da China e de outros países da Ásia, para essas regiões. “Isso gerou desbalanço global na oferta e demanda de navios e contêineres, havendo fila de embarcações e muitos equipamentos, como os contentores, aguardando sua vez. Ou seja, há maior demanda e a infraestrutura não é reativa de imediato, assim os portos se encontram com a capacidade estrangulada”.


Destinos
De janeiro a agosto, os Estados Unidos foram os principais compradores do café brasileiro. Os norte-americanos adquiriram 4,994 milhões de sacas, o que implicou crescimento de 1,1% na comparação com o mesmo intervalo no ano passado. Esse volume representou 19% das exportações totais do Brasil.


A Alemanha, com 17,4% do total, importou 4,589 milhões de sacas, alta de +1,5%, e ocupou o segundo lugar. Na sequência, vieram Bélgica, com 1,841 milhão de sacas, queda de 6,3%; Itália, com 1,829 milhão, redução de 10,9%; e Japão, com a aquisição de 1,562 milhão de sacas, alta de 14,1%.


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