Empresários elogiam escolha de Márcio França para ministério e destacam desafios

Anunciado nesta quinta (22) como ministro dos Portos e Aeroportos, França teve aval de dirigentes da Fenop e da Abtra

Por: Fernanda Balbino  -  23/12/22  -  06:35
O presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias, Sérgio Aquino
O presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias, Sérgio Aquino   Foto: Alberto Marques/ AT

A indicação de Márcio França para o Ministério dos Portos e Aeroportos foi bem recebida por empresários e trabalhadores. Agora, segundo entidades que representam operadores portuários, entre as prioridades, estão nomeações técnicas para a Santos Port Authority (SPA), investimentos nos acessos terrestres e aquaviários, além da descentralização da gestão e revisões na legislação.


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“Primeiro, é positivo termos um ministério com foco e força de ministério para a área portuária. Lembrando que já tivemos uma experiência nesse sentido, no segundo governo Lula, que eu computo como um dos melhores momentos do sistema portuário brasileiro”, afirmou o presidente da Federação Nacional das Operações Portuárias (Fenop), Sérgio Aquino.


Ele se refere ao período em que foi criada a Secretaria Especial de Portos (SEP), que teve status de ministério e estava sob o comando de Pedro Brito. O ex-ministro, técnico do setor, tinha ligações com o PSB, partido de França.


“Há o retorno de uma lógica partidária. O detalhe importantíssimo é que o Márcio França conhece a região, conhece porto e vive isso há muito tempo. Na época do Pedro Brito, ele (França) era deputado federal e havia ligação dele com a área”, destacou Aquino.


O diretor da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados, Angelino Caputo
O diretor da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados, Angelino Caputo   Foto: Carlos Nogueira/AT

A mesma opinião tem o diretor-executivo da Associação Brasileira de Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra), Angelino Caputo. “Márcio França é um político da Baixada Santista que conhece o Porto de Santos, o maior da América Latina, o que o credencia para conduzir o setor portuário nacional, principalmente se for assessorado por uma equipe técnica competente”.


Para o presidente da Fenop, o que se espera, agora, é atenção especial aos nomes dos gestores das administrações portuárias para que sejam nomeados executivos com conhecimento da área. “É perfeitamente possível conciliar visão política com cuidado e perfil técnico na gestão”.


Entre as pautas já encaminhadas pela coalizão de empresários do setor à equipe de transição, também estão pedidos de uma revisão na legislação laboral e a descentralização da gestão portuária. Isto inclui o retorno das deliberações do Conselho de Autoridade Portuária (CAP).


“O foco conseguido com um ministério que irá se concentrar apenas em portos e aeroportos é positivo. Porém, também é necessário contemplar a intermodalidade logística, o que demanda uma boa sinergia com o futuro Ministério dos Transportes. Conseguindo-se essa integração, o modelo poderá trazer avanços para o setor”, destacou Caputo.


Trabalhadores

Entre os trabalhadores da estatal que administra o cais santista, a indicação de França também foi bem recebida. O novo ministro já havia recebido a pauta de prioridades dos portuários, em reunião realizada em setembro, durante sua campanha para o Senado Federal. Na ocasião, representantes de vários sindicatos do Porto entregaram um documento com reivindicações da categoria: em favor da Autoridade Portuária pública; manutenção de trecho de cais público; defesa do fundo de pensão Portus e fortalecimento da guarda portuária.


“É muito positiva essa indicação. Já tivemos diálogo para colocar as nossas prioridades. Com conhecimento da região e, por conhecer o setor, só vamos ter ganhos”, afirmou o presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos. Agora, segundo o sindicalista, França precisa ter atenção e agilidade na escolha da equipe que vai comandar a Santos Port Authority (SPA). “Ele precisa ser rápido e retirar os executivos da outra gestão, formando uma equipe técnica competente”.


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