Dia do Trabalhador Portuário é marcado por mobilização em Santos

Sindestiva pretende paralisar os serviços por 12h

Por: Ágata Luz  -  28/01/22  -  10:31
O objetivo da paralisação é chamar atenção das autoridades para a insegurança que eles dizem viver
O objetivo da paralisação é chamar atenção das autoridades para a insegurança que eles dizem viver   Foto: Carlos Nogueira

Em meio a tantas mudanças ocorridas nos últimos anos e importantes novidades que estão por vir em 2022, como alterações na legislação portuária e a desestatização da Santos Port Authority (SPA), o Dia do Trabalhador Portuário será marcado, nesta sexta-feira (28), por duas frentes: mobilizações em defesa das oportunidades de trabalho à categoria e o desejo de que as novas tecnologias ajudem a gerar mais oportunidades a quem ganha a vida no cais.


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Preocupado com o futuro da SPA e o espaço que a mão de obra avulsa terá no sistema portuário brasileiro daqui a alguns anos, o Sindicato dos Estivadores de Santos, São Vicente, Guarujá e Cubatão (Sindestiva), por exemplo, anuncia para hoje a intenção de paralisar os serviços entre 7h e 19h. O objetivo: chamar atenção das autoridades para a insegurança que eles dizem viver nos últimos meses, o que acaba dando um novo tom à data.


"Os tempos mudaram. Em vez de estarmos comemorando, estamos lutando pelo nosso campo de trabalho", explica o presidente do Sindestiva, Bruno José dos Santos. Em outros portos do País, como o do Rio de Janeiro, a expectativa é que ocorram mobilizações semelhantes. Segundo ele, os trabalhadores estão preocupados com o futuro do cais santista. "Estão querendo privatizar (a Autoridade Portuária) e a gente não sabe quem vai comprar".


Orgulho

Mesmo em meio a esse clima de indefinição, também há quem não deixe de lado o orgulho de ser portuário de lado. É o caso, por exemplo, do presidente do Sindicato dos Empregados na Administração Portuária (Sindaport), Everandy Cirino dos Santos, que destaca o fato de o Porto de Santos ter ganhado relevância na cadeia logística do Brasil graças ao empenho dos trabalhadores.


"A data em homenagem à categoria é algo histórico. Trata-se de um reconhecimento da nossa importância ao sistema portuário", enfatiza, lembrando que os profissionais não pararam de trabalhar nem mesmo em meio à pandemia do novo coronavírus.


Em um ano que deve ser marcado pela desestatização da SPA, prevista para ocorrer no segundo semestre do ano, Cirino ressalta que a expectativa é de um futuro com treinamento e qualificação para os trabalhadores sobre novas tecnologias que estão sendo implementadas no porto santista, além de mais investimento em infraestrutura e maior autonomia de gestão da Autoridade Portuária.


Resistência

"O Dia do Trabalhador Portuário significa muito a uma categoria que lutou muito, principalmente no Porto de Santos, que chegou a ser conhecido como o porto da resistência do Brasil. Fazemos parte de uma categoria essencial para alavancar o país", ressalta o presidente do Sindicato dos Operários e Trabalhadores Portuários do Estado de São Paulo (Sintraport), Cláudiomiro Machado, o Miro.


Apesar de reconhecer que algumas dificuldades ainda precisam enfrentadas pela categoria, que perdeu direitos ao longo dos anos, o presidente do Sintraport explica que espera por dias melhores para os profissionais. "Que venham grandes lutas, mas também grandes vitórias".


Procurada por A Tribuna sobre a mobilização marcada para hoje pelo Sindestiva e possíveis reflexos no Porto de Santos, a SPA não comentou.


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