Desestatização é vital para a competitividade do Porto de Santos, diz secretário nacional de Portos

Mario Povia participou do Summit Portos 2022, promovido pelo Grupo Tribuna em Brasília nesta quinta-feira (1º)

Por: Anderson Firmino  -  01/09/22  -  22:35
Painel discutiu desafios para o aumento de competitividade brasileira
Painel discutiu desafios para o aumento de competitividade brasileira   Foto: Tom Molina/Divulgação

A desestatização do Porto de Santos é vista como um elemento vital para sua competitividade e foi defendida pelo secretário nacional de Portos, Mario Povia, no último painel do Summit Portos 2022, realizado nesta quinta-feira (1º) em Brasília. Para ele, o panorama atual do maior porto da América Latina é bom, mas pode melhorar. Dessa forma, conceder a Autoridade Portuária à iniciativa privada deve ajudar a consolidar um quadro favorável.


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"Hoje, o complexo santista vive um bom momento, o que não significa que não pode melhorar. Temos dificuldade com a legislação nos portos organizados, muita burocracia, dificuldade em manejar contratos com a rapidez que o mercado necessita. No entanto, hoje já podemos trabalhar com permutas de áreas e ampliações, por exemplo, com o menor nível de interferência. A desestatização é importante porque estamos em busca dessa governança mais ágil", explicou.


Bruno Nunes Sad, diretor da Secretaria de Desestatização e Desinvestimento do Ministério da Economia, também sustentou que a melhoria em infraestrutura não pode ser garantida com investimento público.


"Temos uma visão de que o Poder Público, embora seja importante, não vai dar a solução total do problema. Precisamos triplicar nosso investimento em infraestrutura, para poder alcançar o PIB dos países desenvolvidos", alertou.


Um dos instrumentos para modernização dessa infraestrutura é o arredamento. Segundo Mateus Szwarcwing, diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL), o superterminal STS10, voltado aos contêineres, segue no horizonte de concessões federais.


"Já fizemos toda a revisão (dos estudos para concessão). Hoje, se encontra no Ministério da Infraestrutura para avaliação, principalmente concorrencial. No próprio estudo da EPL, houve essa preocupação. Agora, vai para a decisão do ministério", sustentou.


Já Patricia Lascosque, superintendente institucional de Logística da Suzano Celulose, lembrou a necessidade de investimentos por parte da empresa para escoamento da produção. "Hoje, produzimos algo em torno de 11 milhões de toneladas e exportamos 95% do nosso produto. Para fazer isso acontecer de forma consistente, temos investido tanto em infraestrutura como superestrutura".


Para o consultor de logística multimodal Luis Claudio Montenegro, quando se fala em nível de serviço ruim em um terminal, as filas são logo lembradas.


"É desperdício na veia. No caso dos portos, o nível de eficiência está no limite. Há questões burocráticas para se resolver, mas já existe a participação da iniciativa privada. Como o porto se organiza em hubs, e ele não aguenta mais, ele 'pede' novas estruturas. Hoje, já temos um gargalo na capacidade, formando filas. Quando você cria capacidade, uma oportunidade de negócio que você não imaginava surge", avaliou.


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