Demanda por profissionais é constante no cais santista

Seja na área operacional, administrativa ou executiva, a demanda por profissionais para atuar nos terminais do Porto de Santos é permanente. E a disponibilidade de cursos de graduação e especialização voltados ao setor na região contribui para que os interessados em uma oportunidade estejam preparados para as vagas. No entanto, não é permitido completar o período de estudos e, depois, aposentar os livros. É fundamental manter-se sempre atualizado para lidar com os avanços, sobretudo, na era 5G. Parece algo óbvio, não é mesmo? Mas não para por aí. Ter um perfil proativo e aberto a novas aprendizagens também faz parte das exigências do mercado. Ou seja, ingressar em uma boa universidade ainda tem valor, porém para crescer é necessário se envolver e vestir a camisa da empresa.

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Na Santos Brasil, que administra o Terminal de Contêineres (Tecon), os funcionários internos costumam ter preferência nas contratações, uma vez que são permanentemente preparados e qualificados para acompanhar as mudanças, por meio de trocas de experiências, reuniões, debates e treinamentos. Apenas em 2022, 59% dos cargos de liderança, operacionais e administrativos foram ocupados por colaboradores internos e 41% por novos profissionais. Isso é possível graças aos investimentos destinados ao aperfeiçoamento dos trabalhadores.

A companhia conta, inclusive, com portal de gestão do conhecimento com 135 cursos: o Carreira em Foco, plataforma de ensino a distância para compartilhamento de aprendizado. Há também a plataforma Ciclo de Evolução, voltada à gestão de desempenho, encarreiramento e remuneração, que permite estabelecer e acompanhar metas individuais e coletivas, entrega de resultados, avaliação comportamental, comitês de calibração e integração com decisões de recompensa e encarreiramento.

“Temos um grande arcabouço para contratar e desenvolver pessoas,commecanismos de desenvolvimento e oportunidades de carreira”,destaca o diretor de Gente e Gestão da Santos Brasil, Marcelo Redoschi de Carvalho. Segundo ele, somente no ano passado, foram admitidas cerca de 700 pessoas e, em 2021, 650, entre substituições e contratações – os novos profissionais correspondem a mais da metade do total.

Três pilares
A avaliação dos candidatos, sejam externos ou internos, também tem como foco o perfil e a predisposição para novos conhecimentos. “O mundo está muito dinâmico, o que vale para hoje, amanhã pode ficar ultrapassado. O que temos avaliado bastante é o potencial, que dividimos em três pilares: ambição, escopo e capacidade de aprendizado. Buscamos profissionais que possam crescer e se desenvolver dentro da companhia”, explica o diretor.

Redoschi observa que uma carreira de sucesso não é baseada, simplesmente, no conhecimento que a pessoa tem hoje e, sim, muitas vezes, em desaprender o antigo e aprender o novo, se adaptando às demandas do mercado. Isso vale também para as funções operacionais.

“A tecnologia já mudou bastante a forma como um terminal opera. Quando vamos para o exterior, vemos terminais operando de maneiras diferentes, com tecnologias diferenciadas. O profissional precisa ter outras competências para manter uma alta empregabilidade”, afirma.

Carreira
Na DP World, responsável por um terminal multipro-pósito no complexo santista, também existe uma busca por acelerar a carreira do público interno. Funcionários que estão há mais de um ano na empresa têm a oportunidade de participar do processo seletivo interno e concorrer às vagas disponíveis. No ano passado, 28% das oportunidades abertas foram preenchidas a partir de processos seletivos internos.

De forma geral, o número de integrantes da companhia cresceu em 7% na comparação com o período anterior, considerando contratações originadas por aumento de quadro, substituição e promoções que geraram posições abertas.

“Os destaques são as contratações para a área operacional, principalmente em cargos de auxiliar de operações e operador de ITV (carretas de movimentação interna de contêineres), que representaram quase metade das novas contratações (processos seletivos externos). Também realocamos 97 profissionais internamente”, diz a gerente de Pessoas na DP World Santos, Karina Abreu, que enxerga uma tendência para os profissionais de TI, cada vez mais demandados em todas as etapas das operações em curso. “São vagas direcionadas a uma geração bem mais conectada e que também possui formação em cursos técnicos e universidades brasileiras”.

Atualmente, as chamadas vagas de base representam a maior parte da demanda no Porto, garante Karina. São oportunidades para quem está iniciando a vida profissional e, muitas vezes, tendo o primeiro contato com o setor portuário. “Esses profissionais vão atuar na área operacional, como auxiliares de operação e operadores de carreta, por exemplo, com boas chances de progredir na carreira – o que abre chances para recrutar pessoas a partir de processos seletivos internos e/ou externos”.