Crianças e adolescentes 'brincam' em cabo de amarração de navio no Porto de Santos

Autoridades do cais santista apontam que não foram registradas denúncias deste tipo recentemente

Por: Da Redação  -  09/07/20  -  17:01
Jovens se jogam do cabo de amarração de uma embarcação na Margem Esquerda (Guarujá) do cais santista
Jovens se jogam do cabo de amarração de uma embarcação na Margem Esquerda (Guarujá) do cais santista   Foto: Reprodução

Um vídeo que circulava pelas redes sociais (e que foi retirado do ar na tarde desta quinta-feira, 9) mostra o acesso de crianças e adolescentes a navios atracados no Porto de Santos. Nele, os jovens se jogam do cabo de amarração de uma embarcação na Margem Esquerda (Guarujá) do complexo. Questionadas, autoridades do cais santista apontam que não foram registradas denúncias deste tipo recentemente.   


No vídeo, de 48 segundos, era possível ver, pelo menos, 14 pessoas se divertindo. Pendurados nos cabos, os garotos se jogam e depois nadam junto a um navio.


A embarcação estava atracada em um terminal da Margem Esquerda do complexo. O local fica próximo à comunidade Sítio Conceiçãozinha.  


A área, com potencial de exploração portuária, foi invadida por famílias que devem ser contempladas por programas habitacionais da Prefeitura de Guarujá. Alguns moradores serão removidos ainda neste ano do local.  


Segundo a Autoridade Portuária de Santos, as equipes de segurança dos terminais daquela região desconhecem as imagens do vídeo e negam que ele tenha sido gravado nas instalações.  


“Entretanto, em consulta ao pessoal da Guarda Portuária, foi informado que, no passado, durante o verão e férias escolares, foram demandados para reprimir problemas dessa natureza em terminais próximos à comunidade da Conceiçãozinha”, informou a estatal, em nota. 


A Autoridade Portuária destacou os riscos da brincadeira dos jovens. Isto porque “quando as espias (cabos da amarração) são tracionados por ocasião da atracação dos navios podem partir, acarretando acidentes graves ou fatais para quem estiver nas proximidades do local”. 


Segundo o especialista em segurança portuária, Carlos Carvalhal, a cena é frequente. “Pelo o que parece é terminal ao lado da comunidade. Então eles vão nadando pela maré mesmo”. 


Carvalhal também destacou que, em muitos casos, as equipes de patrulhamento marítimo abordam os jovens e são hostilizadas e até apedrejadas. “Isto mostra que a área é de risco em virtude do local onde o terminal está localizado. É preciso conscientizar essas comunidades”.  


Procurada, a Polícia Federal também apontou que o vídeo é antigo. O órgão, que é responsável pela coordenação da Comissão Estadual de Segurança Pública nos Portos Terminais e Vias Navegáveis (Cesportos), informou que depois de ações articuladas com a Marinha do Brasil, fatos como este não voltaram a ocorrer. 


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