Colunistas de A Tribuna pedem soluções para acessos terrestres no Porto de Santos; VÍDEO

Tema foi um dos mais importantes no 2º Encontro Porto & Mar, realizado em Brasília na última quarta-feira (27)

Por: Ted Sartori  -  30/09/23  -  07:00
Atualizado em 30/09/23 - 09:01
Realidade é evidenciada por constantes congestionamentos tanto nas rodovias quanto na chegada aos terminais
Realidade é evidenciada por constantes congestionamentos tanto nas rodovias quanto na chegada aos terminais   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Empresários ligados ao Porto de Santos cobram, com urgência, soluções para os acessos terrestres envolvendo o maior complexo portuário do País e do Hemisfério Sul, que se encontra à beira de um colapso. Trata-se de uma dura realidade evidenciada pelos constantes congestionamentos registrados tanto nas rodovias quanto na chegada aos terminais do porto santista.



O assunto foi uma das principais prioridades do setor elencadas durante o 2º Encontro Porto & Mar, realizado pelo Grupo Tribuna, na última quarta-feira, no Windsor Plaza Brasília Hotel, na Capital Federal. Além de empresários, o evento reuniu especialistas em logística portuária e autoridades nacionais do segmento.


Trata-se de uma dura realidade evidenciada pelos constantes congestionamentos registrados tanto nas rodovias quanto na chegada aos terminais do porto santista. A movimentação se intensificou com a nova safra de grãos deste segundo semestre.


No fim de agosto, caminhoneiros autônomos que atuam no Porto de Santos chegaram a realizar manifestação que durou 12 horas, na descida do Viaduto da Alemoa. O motivo principal estava justamente nos congestionamentos, o que motivou, inclusive, conversas entre autoridades na Baixada Santista e na Capital, em reuniões com o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos).


Atualmente, o escoamento de cargas com destino ao Porto de Santos só ocorre, no modal rodoviário, por meio da Via Anchieta, pois a Rodovia dos Imigrantes é destinada a veículos de passeio.


No evento, por exemplo, o diretor de Operações Portuárias da Santos Brasil, Roberto Teller, defendeu que a segunda via de acesso para caminhões rumo à Baixada Santista deveria ter sido incluída no PAC, uma vez que a obra não está entre as prioridades do Governo do Estado.


Por sua vez, o presidente da Federação Nacional das Agências de Navegação Marítima (Fenamar), Marcelo Neri, colocou que a pista Planalto-Baixada também é a maior prioridade de infraestrutura logística.


Como não poderia deixar de ser, a importância do tema para a economia da Baixada Santista e do próprio País também motivou a reflexão dos colunistas de Porto & Mar, de A Tribuna.


Luis Claudio Santana Montenegro, engenheiro civil e mestre em Engenharia de Transportes pelo Instituto Militar de Engenharia

"O debate no Encontro Porto & Mar, promovido pelo Grupo Tribuna em Brasília, identificou o acesso terrestre rodoviário como prioridade para o Porto de Santos. É claro que uma nova infraestrutura traz um aumento significativo de capacidade ao Porto, mas é importante estarmos atentos que essa é uma solução cara e com longo prazo de maturação. Quero aqui trazer um aspecto que já foi bem estudado e tem sido esquecido nos debates que é a importância de uma Zona de Atividades Logísticas (ZAL) na Baixada Santista. Com o aumento da movimentação no Porto de Santos, modelos de gestão dos acessos devem ser cada vez mais aprimorados para que se possa extrair o máximo das infraestruturas já instaladas e é nesse ponto que uma ZAL pode ajudar e muito, com investimentos muito menores e execução de curto prazo"


Angelino Caputo, diretor-executivo da Associação Brasileira dos Terminais e Recintos Alfandegados (Abtra)

"O 2º Encontro Porto & Mar foi um sucesso e serviu para consolidar uma questão que todos já sabem, mas que começa a aumentar em nível de preocupação: a urgente priorização de uma terceira ligação rodoviária entre o Planalto e o Porto de Santos. O problema é ainda mais grave se pensarmos que temos apenas uma descida de caminhões para o Porto, a Via Anchieta, já que esse tipo de tráfego não é permitido pela Rodovia dos Imigrantes. Além disso, o gargalo rodoviário já está está virando realidade hoje, enquanto a construção dessa rodovia leva pelo menos uns 5 anos e não temos nem o projeto ainda, ou seja, tá na hora desse tema ganhar a devida prioridade"


Gesner Oliveira, economista, professor e coordenador do Centro de Infraestrutura e Soluções Ambientais da FGV

"O Porto de Santos constitui um dos complexos mais importantes para a economia brasileira e o maior do Hemisfério Sul. No ano passado, representou o escoamento de 162 milhões de toneladas de carga. Daí a necessidade de evitar os gargalos para se chegar ao Porto de Santos. A importância do acesso terrestre, do acesso ferroviário, a intermodalidade, enfim, esse é o segredo do jogo. É fundamental que se dê prioridade aos investimentos de acessos ao Porto de Santos para realmente levar vantagem e retirar todos os ganhos associados a um complexo portuário tão importante"


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