Capacidade deve ser prioridade nos portos brasileiros

Aumento da estrutura portuária vai melhorar o serviço, baratear os custos da operação e atingir toda a população

Por: ATribuna.com.br  -  18/09/22  -  13:12
Os gargalos logísticos de toda a cadeia portuária brasileira foram destaque no Summit Portos 2022, realizado em 1º de setembro, em Brasília; foram três painéis para debates
Os gargalos logísticos de toda a cadeia portuária brasileira foram destaque no Summit Portos 2022, realizado em 1º de setembro, em Brasília; foram três painéis para debates   Foto: Pixabay

A capacidade para receber e escoar cargas está diretamente ligada ao nível de serviço que é oferecido. Para facilitar a explicação, o consultor em logística multimodal Luis Claudio Montenegro dá um exemplo simples de associar. Em uma rodovia, capacidade é quantos veículos cabem ali. Mas para saber o nível de serviço dessa estrada, é preciso verificar o fluxo, se tem congestionamento, se os carros estão muito próximos, se há acidentes.


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“Isso define o nível de serviço, que vai definir um novo nível de capacidade. Acima daquilo, você está oferecendo um péssimo serviço, que terá um custo social e econômico que vai atrapalhar o desenvolvimento”, detalha Montenegro.


Quando se fala de terminal portuário, que faz parte do sistema integrado de transporte dos portos, nível de serviço ruim pela falta de capacidade se traduz em filas, seja de caminhões, trens, contêineres ou navios. Isso gera desperdício de dinheiro, estoques parados e insegurança logística.


“No caso de portos, definimos muito a capacidade pela taxa de ocupação de berços, de áreas. Para ter capacidade portuária, começamos pela eficiência, mas há um limite naquela infraestrutura existente. A partir daí, pouco se pode fazer. Nós estamos no segundo estágio, que é expandir a infraestrutura”, explica o consultor.


Para o diretor de projetos especiais do Ministério da Economia, Bruno Nunes Sad, o estoque de infraestrutura no Brasil é “caótico”, muito pequeno para um país que tem potencial e quer ser de primeiro mundo.


“Então, precisamos fomenta os investimentos na área. O cenário internacional não para de crescer, não para de inovar, mas nossos portos não estão adaptados aos novos (e maiores) navios, o que é extremamente perigoso para a nossa economia”.


Planejamento
Diretor-presidente da Empresa de Planejamento e Logística (EPL) do Governo Federal, Mateus Szwarcwing afirma que o planejamento integrado de transportes amadureceu muito. Hoje, diz ele, existe um plano estratégico pronto até 2035.


“É uma visão de longo prazo, está pronto e estamos desenvolvendo planos táticos setoriais: terrestre, aquaviário, portuário e aeroviário. O planejamento vem avançando e a questão de ser integrado é interessante. Antes, quando se fazia planejamento do setor terrestre, se levava em conta uma capacidade ilimitada dos portos. Hoje, contamos cada especificidade”.


Burocracia
A superintendente institucional de logística da Suzano Celulose, Patricia Lascosque, afirma que a empresa está fazendo a sua parte. São bilhões em investimentos para melhorar a logística e aumentar a competitividade em relação aos concorrentes.


“Eu diria que falta ainda a contribuição do Estado, mesmo com a gente assumindo boa parte do que seria a infraestrutura necessária ao nosso negócio. É preciso diminuir a burocracia e aumentar a agilidade e a eficiência (do Poder Público). Ainda estamos longe do que precisamos ter”, diz ela.


Entre os desafios, capacidade deve ser PRIORIDADE NOS PORTOS BRASILEIROS


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