Câmara de Santos vai debater riscos provocados pelo armazenamento de fertilizantes

Terminal na região de Outeirinhos preocupa parlamentares

Por: Redação  -  12/12/21  -  12:33
Atualizado em 12/12/21 - 14:06
Há um temor de que a implantação do STS53 prejudique a atracação dos navios de cruzeiros em Santos
Há um temor de que a implantação do STS53 prejudique a atracação dos navios de cruzeiros em Santos   Foto: Carlos Nogueira/AT

A Câmara Municipal recebeu diversos estudos que apontam os riscos da implantação de um terminal de fertilizantes na região de Outeirinhos, no Porto de Santos. Além disso, os vereadores temem que a instalação, projetada pelo Governo Federal, inviabilize as atracações de navios de cruzeiros no Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, administrado pelo Concais, antes da transferência dessas operações para o Valongo. Uma audiência pública vai tratar desse tema amanhã, às 10 horas.


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O Ministério da Infraestrutura prevê o leilão do STS53, para a movimentação e a armazenagem de granéis minerais – e deve haver investimentos de mais de R$ 650 milhões. A área é composta por dois terrenos distintos, um adjacente ao cais e outro na retroárea. No total, são 87.981 metros quadrados.


Em sua fase final, o futuro terminal deve movimentar 5,1 milhões de toneladas ao ano, o que levanta preocupação para algumas pessoas. E, segundo o vereador Fabricio Cardoso, ainda é preciso entender o projeto e avaliar as consequências do empreendimento para o dia a dia da Cidade.


“São vários os pontos que a gente precisa debater. A questão do terminal de passageiros é óbvia: jamais pode haver um terminal de granéis sólidos ao lado do terminal de passageiros. Temos que entender o que vai acontecer para não inviabilizar essa operação”, destaca o parlamentar, que é presidente da Comissão do Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara de Santos. Outro ponto destacado pelo vereador é a necessidade de avaliar as projeções sobre potenciais riscos explosivos. A ideia é evitar que casos como o acidente no porto de Beirute, no Líbano, se repitam na Cidade.


“A comissão foi procurada por munícipes, professores e especialistas, com estudos demonstrando riscos nessa operação. A ideia da audiência é trazer luz para que a população esteja ciente do que pode acontecer e entender, por meio de profissionais, quais são as orientações, vantagens, prejuízos. Se houver, vamos encaminhar tudo para o Ministério Público”.


Cruzeiros

Há ainda o temor de que a implantação do STS53 e a instalação de equipamentos inviabilizem as atracações de navios de cruzeiros na região. O Governo contesta a alegação. Para o prefeito de Santos, Rogério Santos (PSDB), os maiores riscos são relacionados à continuidade das operações com cruzeiros no Porto de Santos, antes da transferência para o Valongo, considerado o local mais adequado.


“A gente entende que a quantidade de material que fica para ser transportada não oferece risco. É feito de forma segura e tem um órgão regulador que acompanha”.


Mesmo assim, Santos aponta que a Administração Municipal está atenta ao projeto do terminal de fertilizantes, ao impacto que poderá ser causado às pessoas, além da tecnologia que será usada para minimizar riscos de acidentes. “Temos agido junto ao Governo Federal porque a gente não quer que um terminal inviabilize a temporada de cruzeiros, que é muito importante para a economia de Santos e o turismo nacional”.


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