Autoridade Portuária fará estudo sobre pombos no Porto de Santos

Objetivo é definir estratégias de controle da proliferação dessas aves no cais santista

Por: Anderson Firmino  -  11/07/23  -  07:35
Objetivo da APS é definir estratégias de controle da proliferação dos pombos na área do cais santista
Objetivo da APS é definir estratégias de controle da proliferação dos pombos na área do cais santista   Foto: Alexsander Ferraz/AT

A ação dos pombos nas áreas do Porto de Santos será motivo de estudo encomendado pela Autoridade Portuária de Santos (APS). Foi publicado no Diário Oficial da União (DOU), na edição do último dia 5, um aviso de licitação para prestação de serviços de diagnóstico populacional de pombos domésticos (Columba livia). De acordo com a estatal, é a primeira vez que esse tipo de levantamento será feito.


Para a APS, o diagnóstico da população de pombos na área portuária é de suma importância para identificar as regiões com maior densidade dessas aves e avaliar as fragilidades relacionadas à operação portuária, como o derrame de grãos, bem como os locais com deficiência de medidas preventivas. “Dessa forma, espera-se que os resultados desse monitoramento permitam a adoção de estratégias de controle eficazes para prevenir a proliferação dessas aves”, diz a Autoridade Portuária, em nota.


O edital publicado no DOU prevê a apresentação de propostas para a elaboração do estudo por meio deste site. A abertura das propostas ocorrerá no dia 27 de julho.


À Reportagem, o médico veterinário e professor universitário Eduardo Filetti estima que haja, apenas em Santos, cerca de 150 mil pombos. O cálculo se baseia em 22 anos de pesquisas sobre o tema.


“Notamos que houve uma proliferação grande de pombos. Eram 80 mil, depois passaram pra 120 mil e agora são quase 150 mil só em Santos. Eles proliferaram porque ficaram muito urbanos, próximos aos seres humanos. Com isso, começaram a comer alimentos como manteiga, chocolate, pão etc. Antes, ingeriam mais grãos no cais”.


O especialista explica que, durante a pandemia, foi notada uma alteração no crescimento do número de pombos. “Não houve um aumento tão grande. Entendemos que foi por falta de alimentos, já que as pessoas ficavam mais em casa. Pombo é assim: oxigênio, água e alimento. Se tem esses três itens, eles se reproduzem. E quanto menos alimentação, cai o ciclo reprodutivo”.


Presença de pombos é frequente por conta de alimentos e grãos deixados pelo chão
Presença de pombos é frequente por conta de alimentos e grãos deixados pelo chão   Foto: Vanessa Rodrigues/AT

Lixo espalhado
Filetti alerta para os contentores de lixo que são abertos de forma inadequada, com restos de comida sendo espalhados, por exemplo. “Mesmo a Prefeitura fazendo sua parte quanto aos contentores, há uma preocupação envolvendo pessoas em situação de rua, por exemplo, que os abrem para retirar comida, mas também acabam espalhando comida pelo chão”.


Além disso, o médico veterinário pede atenção quanto à limpeza das fezes dos pombos em segurança. “Se forem fezes secas, é melhor mandar para empresas especializadas, por conta de fungos perigosíssimos. Já as molhadas podem ser limpas com água, sabão e sabão de coco, porque as bactérias são fracas, não geram graves problemas, apesar do incômodo de diarreia e dores abdominais - a não ser pessoas imunosuprimidas”.


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