Área portuária de Santos concentra 14 mil pombos

Números fazem parte do resultado de estudos contratados pela Autoridade Portuária de Santos

Por: Bárbara Farias  -  30/04/24  -  15:23
A empresa avaliou quais são as principais áreas utilizadas pelas aves para pouso, alimentação, abrigo e construção de ninhos, além de identificar os principais focos atrativos
A empresa avaliou quais são as principais áreas utilizadas pelas aves para pouso, alimentação, abrigo e construção de ninhos, além de identificar os principais focos atrativos   Foto: Alexsander Ferraz/ AT

Um estudo detectou população de aproximadamente 14 mil pombos domésticos (Columba livia) na Margem Direita do Porto de Santos, com maior incidência na região que concentra os terminais de grãos, na Ponta da Praia, Outeirinhos e Macuco.


O diagnóstico populacional foi realizado pela empresa Raiz – Consultoria Hídrica e Ambiental, contratada para fazer o mapeamento em áreas públicas e arrendadas. Limpeza de trilhos e caminhões e evitar poças de água estão entre as principais orientações da companhia. A Autoridade Portuária de Santos (APS) apresentou a pesquisa aos terminais no último dia 18 e um mais um estudo será realizado no segundo semestre.


“A pesquisa identificou cerca de 14 mil pombos. Evidentemente, com maior incidência em locais que têm grãos, como Ponta da Praia, Outeirinhos e Macuco. As empresas onde foram verificados problemas já foram notificadas para providenciarem as soluções”, informou a APS.


A gestora do complexo portuário santista destacou que “no geral, o Porto é bem protegido em relação a ação dos pombos. As instalações têm telas e espícula, que é como um espinho colocado nos beirais para as aves não entrarem. Os problemas identificados são os de manutenção em locais que estão quebrados, falhados, e os pombos fazem a nidificação (constroem ninhos) ali”.


Ainda de acordo com a administração portuária, a Raiz Ambiental orientou que é necessário cortar as fontes de alimentação e de água dos pombos. “A empresa deu orientações com relação à limpeza dos trilhos por causa dos grãos que caem dos vagões, com relação à limpeza dos caminhões e a verificação de pontos onde ocorrem empoçamento de água, porque os pombos utilizam como bebedouro e para fazer a higiene”.


Segundo a Autoridade Portuária, este é o primeiro de dez estudos que serão realizados a cada seis meses nos próximos cinco anos, conforme estabelecido no contrato celebrado em 3 de outubro de 2023, no valor global de R$ 365,7 mil. “Nós teremos uma nova campanha de pesquisa no segundo semestre”, adiantou.


Pombos domésticos são hospedeiros de agentes causadores de doenças, representando risco à saúde
Pombos domésticos são hospedeiros de agentes causadores de doenças, representando risco à saúde   Foto: Alexsander Ferraz/AT

O serviço

A empresa fez a contagem das aves e avaliou quais são as principais áreas utilizadas por elas para pouso, alimentação, abrigo e construção de ninhos, além de identificar os principais focos atrativos dos pombos.


Para a coleta de dados, a equipe técnica de campo (um especialista em estudo ambiental, um auxiliar de campo e um operador de drone) utilizou câmeras fotográficas, binóculos, drones e dispositivos de geolocalização.


Para a realização do diagnóstico, a área do Porto Organizado foi dividida em quadrantes, abrangendo áreas públicas e arrendadas.


Procurada, a Raiz Ambiental disse apenas que não poderia fornecer nenhuma informação sobre o serviço prestado em cumprimento à Lei Federal 13.709/2018 - Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).


Doenças

Segundo a APS, os pombos domésticos são hospedeiros de diversos agentes causadores de doenças, representando risco à saúde da população. Além disso, os dejetos dessas aves podem entupir calhas, danificar instalações e contaminar mercadorias movimentadas no Porto.


Programa

O mapeamento contratado está relacionado ao Programa de Monitoramento e Controle de Fauna Sinantrópica Nociva, condicionante da licença ambiental do Porto de Santos. O programa visa controle e monitoramento de animais que interagem de forma negativa com a população humana, causando riscos à saúde pública e transtornos de ordem econômica ou ambiental.


O programa possui cinco subprogramas: controle de pombos; controle de roedores; controle de culicídeos; controle e vigilância de outros vetores e animais peçonhentos; e controle de animais domésticos.


Soluções

“A empresa deu orientações com relação à limpeza dos trilhos por causa dos grãos que caem dos vagões, à limpeza dos caminhões e a verificação de pontos onde ocorrem empoçamento de água, porque os pombos utilizam como bebedouro e para fazer a higiene"

Autoridade Portuária de Santos, em nota para A Tribuna


Etapas

Segundo a Autoridade Portuária de Santos (APS), esse é o primeiro de dez estudos que serão realizados a cada seis meses, nos próximos cinco anos, conforme estabelecido no contrato celebrado em 3 de outubro de 2023, com a Raiz Ambiental, no valor global de aproximadamente R$ 365,7 mil.


Uma nova campanha de pesquisa será feita no segundo semestre deste ano. Procurada, a Raiz Ambiental não deu informações sobre o serviço prestado para o poder público e justificou que cumpria a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD).


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