Anvisa impõe restrições a tripulantes no Porto de Santos após casos da variante Ômicron

Africanos deverão fazer quarentena de 14 dias para embarcar ou desembarcar na cidade; veja mais regras

Por: Fernanda Balbino  -  30/11/21  -  10:58
Atualizado em 30/11/21 - 13:50
Objetivo das novas regras da autoridade sanitária é impedir que tripulantes contaminados transmitam a doença nos portos brasileiros
Objetivo das novas regras da autoridade sanitária é impedir que tripulantes contaminados transmitam a doença nos portos brasileiros   Foto: Matheus Tagé/AT

O avanço da variante Ômicron da covid-19 deixou o setor portuário em alerta. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impôs novas regras, que impedem o embarque ou o desembarque de tripulantes com passagem por seis países da África nos últimos 14 dias. Todos devem passar por quarentena e fazer o teste que detecta o vírus.


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A autoridade sanitária emitiu duas notas técnicas recomendando as medidas restritivas temporárias com relação aos viajantes procedentes de países como África do Sul, Botsuana, Eswatini, Lesoto, Namíbia e Zimbábue, incluindo os tripulantes de embarcações de cargas. As normas foram emitidas após a publicação de uma portaria da Casa Civil, que segue medidas adotadas em outros países para evitar a entrada dessa nova variante da covid-19 no País.


De acordo com o diretor-executivo do Sindicato das Agências de Navegação Marítima do Estado de São Paulo (Sindamar)m, José Roque, não são muito frequentes as atracações de navios vindos direto da África. Mesmo assim, há um impacto na logística das armadoras.


Na prática, as novas regras impedem o desembarque de tripulantes que estão a bordo de cargueiros que passaram pelos países a menos de duas semanas. Neste caso, o temor é de que algum marítimo possa ter contato, em terra, com trabalhadores portuários e, consequentemente contaminá-los com a nova variante.


Além disso, força que os profissionais, que podem embarcar durante uma escala no Porto de Santos, façam quarentena antes de desembarcar no Brasil. Neste caso, normalmente os marítimos deixam os países de origem de avião para embarcar no cais santista.


“O temor é de que essa variante se espalhe através das pessoas que viajaram ou de tripulantes que tenham que embarcar nos portos brasileiros, provocando a quarentena dos navios e tripulantes”, afirmou Roque.


Impactos
“Nem bem nos recuperamos das consequências logísticas provocadas pelo vírus covid-19, uma nova variante surge e entendemos que todas as medidas preventivas e preocupações devem continuar sendo adotadas”, destacou Roque.


O executivo se refere ao fechamento de portos de outros países, que causou desbalanceamento na oferta de contêineres em todo o mundo. A previsão é de que o problema seja enfrentado até o ano que vem.


“Embora as medidas preconizadas na portaria em destaque sejam de caráter temporário as instruções reveladas podem ser revistas dependendo da evolução do cenário epidemiológico mundial”, destacou o diretor do Sindamar.


O executivo destaca que a entidade mantém contatos com a Anvisa. “O objetivo é para atualizar as agências marítimas sobre possíveis alterações que sejam adotadas quanto as medidas preventivas, já que essa variante parece ter maior transmissibilidade e provavelmente está ligada ao aumento contínuo de infecções por covid-19 nos referidos países”.


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