Açúcar é o segundo produto mais exportado pelo Porto de Santos em 2023
Ao todo, foram embarcadas 3,82 milhões de toneladas até abril, de acordo com a Autoridade Portuária
Segundo produto mais exportado no Porto de Santos de janeiro a abril deste ano, atrás somente da soja, o açúcar é alvo de projeções otimistas para safra 2023/2024 no Brasil, iniciada em abril. De acordo com a Confederação Nacional de Abastecimento (Conab), a produção de cana-de-açúcar deve chegar a 637,1 milhões de toneladas no atual ciclo, 4,4% a mais que na safra 2022/2023. E parte disso vai passar pelo complexo portuário santista, que embarca 75% do açúcar exportado pelo País.
De acordo com a Autoridade Portuária de Santos (APS), foram exportadas 3,82 milhões de toneladas da commodity nos quatro primeiros meses deste ano. Um volume expressivo, mas que se encontra abaixo do registrado no mesmo período de 2022: 4,15 milhões de toneladas. Para este ano, a projeção inicial da APS para o açúcar é de 19,5 milhões de toneladas, que passarão por cinco terminais instalados no Porto de Santos.
No total de 2022, a soja ficou em 1º lugar, com 25,5 milhões de toneladas, contra 20,4 milhões do açúcar. A soja lidera no 1º quadrimestre de 2023, com 14,73 milhões de toneladas.
Quanto à produção de cana-de-açúcar para a safra 2023/24, das 637,1 milhões de toneladas projetadas pela Conab, o Sudeste, que é a principal região produtora, deve responder por 404,71 milhões de toneladas. Conforme a confederção, os meses de maior movimentação da safra de açúcar são maio, junho, julho e agosto.
A Conab estima ainda a produção de 38,77 milhões de toneladas de açúcar, a segunda maior já registrada na série histórica, perdendo apenas para a temporada de 2020/2021 (41,25 milhões de toneladas). Além da maior colheita esperada para a matéria-prima na atual safra, o mercado favorável ao açúcar influencia na maior destinação da cana.
O CEO e fundador da rede de crédto rural Sonhagro, Romário Alves, atribui três fatores ao crescimento da produção de cana-de-açúcar. “O clima, com chuvas em janeiro e março e baixa luminosidade, atrasou um pouco o plantio, mas ajudou muito no crescimento vegetativo da cana-de-açúcar. Além disso, muitas áreas foram renovadas no País e o avanço do processo de mecanização, que hoje passa de 92% no agronegócio, contribuíram para a projeção de alta”.
O especialista ressaltou que houve aumento expressivo das áreas de plantio e da qualidade da cultura. “Técnicas utilizadas hoje no manejo da cultura da cana-de-açúcar favorecem muito. Por exemplo, há fertilizante que basta aplicar uma vez e isso resolve o ano inteiro. No passado, tinha-se que adubar a terra, às vezes, até quatro vezes durante o ano no período de chuva”.
Procurada, a União da Indústria de Cana-de-Açúcar e Bioenergia (Unica) informou que Santos embarca “em média, 75% do açúcar exportado pelo Brasil”, sendo o principal porto do País a movimentar a commodity. Já o segundo porto em volume de exportação de açúcar é o de Paranaguá (PR), com média entre 18% e 20%.
Levando-se em conta o fato de o ano-safra ter início em abril, a Unica ressalta que "no acumulado desde 1º de abril, a fabricação de açúcar totaliza 1,53 milhão de toneladas no País, contra 1,07 milhão de toneladas do ciclo anterior (+43,65%)”.
