Reaquecimento da economia impulsiona setor de cruzeiros no Porto de Santos

A Concais, empresa que administra o Terminal de Passageiros Giusfredo Santini, no Porto de Santos, já começa a sentir os impactos da retomada econômica brasileira. Com um crescimento de quase 4% no total de turistas na temporada atual, a instalação se prepara para receber novos e maiores navios na estação 2020/2021. 

A vinda das embarcações representa um cenário positivo para o mercado brasileiro, que volta a ficar aquecido, com armadoras retornando ao País trazendo mais de um transatlântico da sua frota. 
A Costa Cruzeiros, por exemplo, virá com uma dupla no próximo ano. Há cerca de uma década, a companhia não ampliava a sua participação no complexo santista. São esperados o Costa Fascinosa e o Costa Luminosa, que podem receber 3.800 e 2.826 passageiros, respectivamente. 

A MSC também pretende acompanhar a forte demanda. A empresa vai oferecer mais acomodações aos seus hóspedes, substituindo o Poesia, com capacidade para 3 mil pessoas, pelo Grandiosa, que comporta até 5.700 passageiros. Este ano, a armadora está no Porto com quatro navios, o MSC Seaview, Poesia, Fantasia e Sinfonia. 

Ao todo, 13 transatlânticos vão passar pelo terminal até 14 de abril, data de encerramento da temporada, que teve início em 17 de novembro. Serão 113 escalas e um total de 627 mil turistas circulando pelos sete salões, entre embarque, desembarque e trânsito. 

“A demanda nunca deixou de existir mas, agora, com a economia reaquecendo, o brasileiro mais disposto a gastar e o aumento na frota dos armadores, com mais navios para colocar no destino Brasil, tem refletido no setor de cruzeiros do País”, disse a diretora de Operações do Concais, Sueli Martinez.
E diante dos planos da administradora para impulsionar a competitividade do terminal, a expectativa é de constante crescimento. 

O chamado projeto de modernização da infraestrutura demandará investimentos em torno de R$ 190 milhões, que serão aplicados nos próximos 20 anos. 

O montante integra a contrapartida pela renovação do contrato de arrendamento da área até 2038. Nesse período, a instalação vai passar por intervenções que a colocarão no patamar de portos internacionais. Os objetivos principais são melhorar a logística e agilizar o embarque dos passageiros.
A ampliação do segundo pavimento com a construção de um finger, equipamento que liga o terminal de embarque ao navio, facilitando a entrada e saída dos passageiros, é um dos destaques da obra. No entanto, essa fase ainda depende da definição do realinhamento do Cais de Outeirinhos, maior investimento do PAC, que aguarda o posicionamento da Autoridade Portuária. 

A adequação do espaço permitirá a atracação simultânea de, pelo menos, dois navios em frente ao terminal. Atualmente, não há profundidade suficiente para atender os grandes transatlânticos, que são obrigados a atracar na Marinha, dificultando a locomoção dos hóspedes.

“Alguns investimentos pesados dependem disso e do alargamento do cais. Será um grande avanço ter esse tipo de embarque com finger, é um respeito ao passageiro, cria-se uma vontade de vir para o Brasil. Não queremos nada mais do que acompanhar o que está acontecendo no Mundo”, afirmou Sueli. 

A aplicação financeira em elevadores, escadas rolantes, ar-condicionado, scanner e reformulação de salões, também contempla o projeto, dividido em três fases. A primeira intervenção deverá ocorrer no armazém de bagagem, considerado o ponto crítico do terminal. 

O local será remodelado e integrado aos demais pátios com área coberta. “Será a primeira fase do investimento junto com a portaria 3, onde está prevista a implantação de uma cobertura para as pessoas que esperam veículos particulares”.

Serviços

A disponibilidade de serviços para que os passageiros tenham mais comodidade também está entre as ações do Concais. Um dos exemplos foi a implantação de um posto avançado do PROCON no terminal em janeiro de 2019. 

O espaço conta com cinco funcionários atuando em revezamento, das 8h às 17h, em todos os dias com embarque ou desembarque de turistas. 

“Apostamos na ideia e entendemos que seria importante ter um órgão oficial à disposição caso alguém queira fazer qualquer tipo de reclamação mas, felizmente, não há demanda”, mencionou a diretora de Operações. 

Uma linha de ônibus regulamentada saindo do terminal em direção ao Jabaquara e aos aeroportos de Congonhas e Guarulhos, na capital paulista, também foi outra iniciativa que deu certo. No ano passado, quase 10 mil hóspedes foram levados a Congonhas. 

“Nos fortalecemos e crescemos com sugestões. O aumento na movimentação exige um planejamento estratégico e um crescimento proporcional a demanda. É isso que estamos fazendo”.