Projeto de lacre eletrônico é apresentado a exportadores de café

Tecnologia foi desenvolvida pela ABTTC para ampliar segurança nas operações portuárias

Por: Beatriz Araujo & Colaboradora &  -  24/01/20  -  23:02
Projeto de lacre eletrônico é apresentado a exportadores de café
Projeto de lacre eletrônico é apresentado a exportadores de café   Foto: Divulgação Cecafé

Um projeto inédito no país, sobre a utilização de lacres eletrônicos em contêineres e a consequente redução de riscos na cadeia de exportação, foi apresentado na última quinta-feira (23) pelo Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé) e pela Associação Brasileira dos Terminais Retroportuários e das Empresas Transportadoras de Contêineres (ABTCC).


A exposição ocorreu para cooperativas e empresas associadas à Cecafé, na sala de reunião da Associação Comercial de Santos (ACS). O produto em questão é um chip que acompanha os lacres dos contêineres, uma tecnologia desenvolvida pela ABTCC.


Segundo o diretor-geral da Cecafé, Marcos Antonio Matos, o aparelho registra todas as etapas da exportação, evitando riscos de contaminação e dando transparência, por meio de apontamentos e biometria, às pessoas envolvidas no processo.


O valor estimado do serviço por contêiner neste momento, de acordo com Marcos Antônio, é de R$ 60 para o lacre com o chip eletrônico. Há um custo de mais R$ 15 para os adesivos a serem colocados nas portas, a fim de registrar qualquer movimentação diferente do esperado.


O projeto ainda está em fase de testes e algumas empresas já começaram a experimentar o novo sistema desde julho do ano passado. O Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação (Redex) da operadora Dínamo, no Porto de Santos, já utiliza o equipamento, monitorando eletronicamente 100% dos contêineres movimentados em seu terminal.


A nova solução tecnológica já está implantada em todos os gates (portões de acesso) de exportação dos operadores portuários, graças à instalação de antenas RFID, transmitindo os dados lidos dos lacres eletrônicos.


Atualmente, o Cecafé busca novos associados que também queiram investir nos lacres eletrônicos.


Levando em consideração que o Brasil é o maior exportador e produtor, e o segundo maior consumidor de café, Marcos Antonio considera a novidade muito importante para o país. “Processos como esse, que modernizam e reduzem riscos, são positivos como um todo”.


O diretor-executivo da ABTTC, Wagner Rodrigo Cruz de Souza, crê que o chip é uma solução às reclamações de alguns associados sobre a vulnerabilidade no lacre do exportador. “Criamos esse chip eletrônico para traçar todo o trajeto da carga. Quando o contêiner deixa o Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Exportação (Redex), é feita a leitura do lacre e o mesmo ocorre quando a carga chega no operador portuário. Se, nesse intervalo, o lacre for violado, o problema será identificado”, afirma.


O projeto brasileiro, segundo Wagner, supera o aplicado na Índia, país pioneiro na utilização de lacres eletrônicos para a movimentação de cargas – que, após o investimento, ficou entre os 10 principais países que melhoraram sua classificação no Relatório Doing Business 2019, do Banco Mundial. Isso porque, na Índia, é utilizado apenas um chip por lacre, enquanto no projeto da ABTTC serão implantados dois por aparelho, para “dificultar que burlem a tecnologia”.


O diretor-executivo da ABTTC destaca o impacto da inovação desenvolvida pela entidade, para a imagem do Brasil entre seus parceiros comerciais. “Será muito positivo, para as exportações brasileiras, demonstrar ao mundo este importante passo na rastreabilidade e segurança de suas cargas, agregando valor e não somente custos aos seus produtos no cenário mundial”, destaca Wagner de Souza.


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