Portuários cobram do Sopesp quando indenizações serão pagas

Benefício a trabalhadores avulsos está previsto na MP 945 editada pelo presidente Jair Bolsonaro no dia 4 de abril

Por: Fernanda Balbino  -  22/04/20  -  01:18
Trabalhadores com mais de 60 anos ou que integram grupo de risco vão receber indenização
Trabalhadores com mais de 60 anos ou que integram grupo de risco vão receber indenização   Foto: Carlos Nogueira/AT

Trabalhadores avulsos do Porto de Santos cobram, do Sindicato dos Operadores Portuários do Estado de São Paulo (Sopesp), a informação de quando vão começar a receber as indenizações, mais de 15 dias após o afastamento de portuários de suas atividades profissionais. Normalmente, a categoria recebe remunerações 48 horas após o trabalho. 


O afastamento dos portuários avulsos com mais de 60 anos ou que estejam no grupo de risco para o contágio da covid-19 foi obrigatório após a publicação da Medida Provisória (MP) 945, no último dia 4. O documento ainda prevê uma indenização paga pelos operadores portuários e também determina escala eletrônica dos avulsos. 


O trabalhador que for obrigado a parar terá direito ao recebimento de indenização compensatória mensal. O valor será correspondente a 50% da média mensal recebida por ele por intermédio do Órgão Gestor de Mão de Obra (Ogmo) entre 1º de outubro de 2019 e 31 de março de 2020. Os valores serão pagos pelos operadores, que poderão, posteriormente, pedir reequilíbrio de contratos de arrendamentos ou descontos nas tarifas do Porto.


Mas, para os trabalhadores, o valor é muito baixo. Os sindicatos pedem que as indenizações sejam iguais à média de ganho nos últimos seis meses. O prazo de recebimento é outra preocupação, já que os portuários ainda não foram informados sobre quando receberão os valores. 


Em entrevista recente a A Tribuna, o presidente da Federação Nacional dos Operadores Portuários (Fenop), Sérgio Aquino, informou que os pagamentos devem ser realizados no início de cada mês.


A posição dos sindicatos dos avulsos foi definida em reunião realizada na última quinta-feira, em Santos. Os dirigentes das entidades trabalhistas discutiram, ainda, a necessidade da redução do descanso de 11 para seis horas entre uma jornada e outra dos trabalhadores. A questão é alvo de emendas de deputados da região à MP e gira em torno do temor de contratações diretas de profissionais pelos operadores portuários. 


A ideia é garantir atendimento à demanda dos terminais e, também, evitar que outros profissionais sejam contratados para o preenchimento de vagas de avulsos. Segundo o Sindicato dos Estivadores de Santos e Região (Sindestiva), só nesta categoria, 597 trabalhadores foram afastados.


“No caso da multifuncionalidade, somos contrários a que os patrões querem implantar, pois o que queremos é a abertura de novos cadastros no Ogmo”, disse o presidente do Sindestiva, Rodnei Oliveira da Silva. 


Sopesp


Procurado, o Sopesp informou que “o Ogmo está tomando todas as providências necessárias e cabíveis para a realização dos pagamentos”.


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