Ogmo retira funcionários de postos de escalação do Porto de Santos

Entidade diz que medida foi necessária para garantir a integridade física e psicológica desses empregados. Estiva diz que trabalho está prejudicado

Por: Da Redação  -  31/08/19  -  17:00
Estivadores se reúnem em posto de escalação, e aguardam funcionários do Ogmo para distribuição
Estivadores se reúnem em posto de escalação, e aguardam funcionários do Ogmo para distribuição   Foto: Carlos Nogueira/AT

O Órgão de Gestão de Mão de Obra (Ogmo) retirou, por tempo indeterminado, funcionários dos postos de escalação de trabalhadores do Porto de Santos na noite da última quinta-feira (29). A medida, segundo a entidade, foi necessária para garantir a integridade física e psicológica desses empregados, que estariam sendo ameaçados por estivadores. 


Segundo o Ogmo, a decisão foi tomada “em virtude de ameaças de agressões físicas e terror psicológico praticados por alguns trabalhadores da Estiva, que insistem em não se engajar para a escala de trabalho”.   


O órgão informa também “que todas as ocorrências de distúrbios causados por uma minoria privilegiada de estivadores, que controla e prejudica o restante da categoria, estão sendo devidamente registradas e encaminhadas para as autoridades competentes”.  


Desde o início de julho, a escala digital engloba sete categorias de trabalhadores portuários avulsos (TPA), entre eles, conferentes e vigias. Mas os estivadores são contra essa forma de escala de trabalho.  


Segundo a categoria, com a ferramenta eletrônica, eles são obrigados a realizar o descanso de 11 horas, o que diminui o trabalho e, consequentemente, os rendimentos. 


Outro ponto levantado pela categoria são as particularidades de cada trabalhador. Estivadores aposentados, com problemas de saúde ou idade mais avançada têm preferência na escalação. Pelo site ou pelo aplicativo, isto não acontece. O Ogmo nega esses apontamentos. 


Ainda segundo os estivadores, desde a noite de quinta-feira, o trabalho está prejudicado por problemas no sistema. A questão se agravou com a falta de funcionários do Ogmo para orientar os trabalhadores. 


“O prejuízo causado pelo Ogmo foi enorme para os trabalhadores e também atingiu os operadores, pois existia uma enorme quantidade de trabalhadores no local que não puderam se engajar, não chegando atingir 10% das necessidades de requisições”, destacou o Sindicato dos Estivadores, em nota. 


Sistema em operação


Apesar dos apontamentos dos estivadores, segundo o Ogmo, a escala, tanto a presencial como a realizada por meio de aplicativo ou site, é um sistema único e integrado e está em funcionamento. 


“Os demais sete sindicatos com representatividade junto ao Ogmo Santos continuam realizando a escalação – seja de forma presencial ou remota – normalmente. A escala presencial está sendo assistida à distância, sem causar prejuízo algum aqueles trabalhadores que desejam se escalar presencialmente de forma pacífica e ordeira”.


O Sindicato dos Estivadores nega as ameaças. “Em momento algum a categoria ameaçou os escaladores, pois sabemos que são apenas funcionários cumprindo ordens do patrão, os quais até nos preocupamos também, pois com a implantação da escala on-line, serão dispensados de suas funções, aumentando ainda mais o número de desempregados do nosso País”, informou a entidade trabalhista.


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