Novo contrato de dragagem do Porto de Santos será assinado em janeiro, diz presidente da Codesp

Casemiro Tércio Carvalho disse que pretende garantir a atracação de navios de 366 metros no complexo marítimo. Executivo ainda estima aumento da movimentação de cargas para 2020

Por: Fernanda Balbino & Da Redação &  -  20/12/19  -  22:04
Atualizado em 20/12/19 - 22:14
Considerações sobre os serviços de dragagem no Porto de Santos
Considerações sobre os serviços de dragagem no Porto de Santos   Foto: Carlos Nogueira/AT

O contrato de dragagem do Porto de Santos será assinado em janeiro e a DTA Engenharia deve iniciar os trabalhos de remoção de sedimentos do canal de navegação do cais santista a partir de fevereiro. Esta é a expectativa do diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio Carvalho. Em paralelo, o executivo pretende garantir a atracação de navios de 366 metros no complexo marítimo.


A DTA venceu uma licitação aberta pela Autoridade Portuária para a manutenção das profundidades do Porto. A empresa cobrou R$ 274 milhões para o serviço e a contratação já foi autorizada pela diretoria-executiva da estatal.


Resta apenas a aprovação do Conselho de Administração (Consad), que deve se reunir em janeiro. Assim, a expectativa de Carvalho é emitir a ordem de serviço, que vai garantir o início dos trabalhos, até fevereiro.


Em paralelo, o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit), do Ministério da Infraestrutura, aditou até agosto o contrato firmado com a Van Oord Operações Marítimas. Porém, a remoção de sedimentos deve ser concluída em cerca de um mês e meio.


“O fato do contrato ser até agosto não significa que a dragagem vai até agosto. Você faz uma dilação do contrato para permitir fazer batimetrias e eventual discussão do critério de medição. Pelo o que a gente tem de informação, essa campanha da Van Oord termina na primeira semana de fevereiro. Essa é a informação que a gente precisa trabalhar”, explicou o presidente da Autoridade Portuária.


Segundo o executivo, assim que a draga a draga Geopotes 15, da Van Oord, concluir o trabalho, a DTA Engenharia terá a ordem de serviço assinada para o início dos trabalhos. “Não haverá descontinuidade do serviço de dragagem” garantiu.


Segundo Carvalho, resta apenas a aprovação do Consad, que deve se reunir em janeiro
Segundo Carvalho, resta apenas a aprovação do Consad, que deve se reunir em janeiro   Foto: Alexsander Ferraz/AT

Navio-tipo


Ainda neste ano, a Autoridade Portuária pretende solicitar à Capitania dos Portos de São Paulo (CPSP) a mudança do navio-tipo do Porto de Santos. O processo também envolve a Praticagem de São Paulo e a Universidade de São Paulo (USP) que estudaram a viabilidade de trazer essas embarcações ao cais santista.


O plano prevê que navios maiores atraquem em Santos, tornando o cais santista um hub, já que essas embarcações não poderão acessar outros complexos portuários.


“Hoje o navio-tipo éo 340. A gente vai aumentar a classe, isso vem com uma série de atributos, por exemplo, tipo de manobras, velocidade por trecho do canal e quais são os protocolos que serão feitos nos terminais para permitir a entrada de um navio desses, como o plano de amarração dos navios. Isto já está feito, estamos fazendo o pente-fino para mandar para a Capitania”, explicou Carvalho.


A expectativa é de que a Autoridade Marítima tenha um parecer em janeiro sobre a questão.


Porto deve movimentar 135 milhões de toneladas em 2020


O Porto de Santos deve encerrar o ano com 133 milhões de toneladas de cargas movimentadas. Para 2020, a expectativa é de que, pelo menos, 135 milhões de toneladas de mercadorias entrem ou saiam do País pelo cais santista. A previsão é do diretor-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Casemiro Tércio Carvalho.

Para o executivo, o resultado deste ano é “razoável, diante do desempenho da economia”. Mas ele destaca o aumento de 0,5% de participação do Porto de Santos no mercado brasileiro de contêineres.


O movimento acumulado entre janeiro e novembro no Porto de Santos registrou 1,5 milhão de toneladas a mais do que no mesmo período do ano passado. Porém, o presidente da Autoridade Portuária destaca a possibilidade de redução de movimentação de algumas cargas em dezembro.


Neste caso, o motivo é a temporada de cruzeiros, já que os grandes navios impedem operação de produtos como fertilizantes em algumas regiões do Porto. Esta questão, segundo Tércio, será discutida na revisão do Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do Porto de Santos, que deve ser entregue em fevereiro do ano que vem.


Em 2019, Carvalho pretende, ainda, finalizar e endereçar pontos críticos para a privatização do Porto de Santos. Parte deste processo já foi iniciado neste ano.


Entre os destaques, estão os esforços para recuperar as contas da empresa, com o objetivo de garantir o equilíbrio econômico-financeiro da Autoridade Portuária. Neste contexto, está a reversão do prejuízo de R$ 468,72 milhões em 2018.


Planos e nomeações do presidente eleito Jair Bolsonaro têm agradado a comunidade portuária
Planos e nomeações do presidente eleito Jair Bolsonaro têm agradado a comunidade portuária   Foto: Carlos Nogueira/AT

Resultado financeiro


Até novembro, o resultado financeiro foi positivo de R$ 138 milhões, 154% acima do apurado no mesmo período do ano passado. Ainda não é possível projetar o fechamento de 2019 devido a possíveis contingências a serem feitas até o dia 31 de dezembro.


O reajuste tarifário em junho de 2018, o aumento da movimentação de cargas no último trimestre e a alteração na metodologia de cobrança da Tabela I, que passou a ser paga pelo armador, em vez do operador portuário, garantiram o aumento da receita líquida. Comparando-se a receita líquida obtida entre janeiro e novembro deste ano e do ano passado, houve um crescimento de 9,4%, de R$ 818,7 milhões para R$ 895,3 milhões.


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