Ministro da Infraestrutura assina contrato de arrendamento no Porto de Santos

Consórcio Hidrovias do Brasil terá 25 anos para explorar um terminal de fertilizantes e sal, em Outeirinhos

Por: Fernanda Balbino  -  29/01/20  -  16:15

O consórcio Hidrovias do Brasil S/A terá 25 anos, contatos a partir desta quarta-feira, para explorar um terminal destinado à movimentação de fertilizantes e sal, em Outeirinhos, no Porto de Santos. O contrato de arrendamento foi assinado na tarde desta quarta-feira (29) pelo o ministro da Infraestrutura, Tarcísio Gomes de Freitas, em visita ao cais santista.


O ministro destacou a modernização a ser realizada no terminal, com impactos significativos em sua eficiência e reflexos em toda a cadeia fertilizantes e sal. “Serão R$ 219,5 milhões investidos em melhorias como construção de novos e modernos armazéns e dragagem de aprofundamento de berços, com reforço de cais, o que possibilitará a atracação de embarcações maiores”, diz.


O STS20 foi leiloado em agosto do ano passado e rendeu ao governo R$ 112,5 milhões em outorgas. Esse valor seguiu para o caixa do Tesouro Nacional. A área conta com mais de 29 mil metros quadrados e tem três armazéns. Ela era operada pela Pérola S/A e movimenta cerca de 50% do sal que chega e sai do Porto de Santos.


A capacidade de armazenagem anual do terminal é de 1 milhão de toneladas para sal e de 2,6 milhões de toneladas para fertilizantes. Neste caso, os insumos são importantes, pois abastecem a cadeia agrícola no centro do país.


Já o sal chega ao porto via cabotagem do Nordeste e abastece várias indústrias, sobretudo no estado de São Paulo.


Para o diretor-presidente da Codesp, Casemiro Tércio Carvalho, a nova instalação dará ao Porto de Santos a possibilidade de trazer de volta seu o protagonismo. Ele citou as cerca de 5 milhões de toneladas de fertilizantes que são operadas no Porto de Paranaguá (PR) e poderiam estar no cais santista. “Esse terminal vai ser importante para recuperar essas cargas”.


O secretário nacional de Portos e Transportes Aquaviários, Diogo Piloni, do Ministério, destacou os novos investimentos previstos em contrato.“Estamos falando de uma área que a gente passa de um momento de precariedade contratual, que deixou a área sem os investimentos necessários e a gente parte para um cenário de segurança jurídica, com contrato de longo prazo com uma empresa que nos agrada muito poder contar no Porto de Santos”.


Segundo o diretor da Hidrovias do Brasil, Rene Pinto da Silva, a empresa vai iniciar operações no segundo semestre. Em seguida, iniciará obras que devem durar cerca de dois anos.“O ganho total de produtividade do terminal vai acontecer a partir de 2022. Basicamente a gente tem a construção de um novo armazém com toda a infraestrutura, correias transportadoras, aprofundamento do calado, uma estrutura que possibilita uma movimentação de fertilizantes na casa de 2,6 milhões de toneladas e uma movimentação de sal de 1 milhão de toneladas”.


Arrendamento


A Hidrovias do Brasil é uma e empresa nova, criada em 2011 para ser uma alternativa logística para o Arco Norte e Sul. O principal investidor é o Fundo Pátria e, entre os principais clientes, estão a Cargill e Bunge.


Atualmente, Hidrovias do Brasil faz o escoamento da produção agrícola dessas duas empresas pelos portos do Arco Norte. Esta será a primeira atuação no Sudeste.


A disputa foi grande para a área STS20, já que três empresas interessadas no arrendamento. O maior lance inicial foi dado pela holding Hidrovias do Brasil, de R$ 65 milhões, seguida pelo Consórcio TRH (formado pelos grupos Rocha Log e Harbor), que ofertou R$ 40 milhões, e da Aba Infraestrutura e Logística, com R$ 21 milhões.


Depois de quase 30 lances no viva-voz, a Hidrovias venceu o leilão por R$ 112,5 milhões, com uma diferença de R$ 500 mil reais para a proposta final da TRH.


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