BTP revisa planejamento para operar área no Porto de Santos

A crise causada pela pandemia de covid-19 forçou uma revisão no plano de negócios da Brasil Terminal Portuário (BTP). A empresa assinou, na semana passada, um contrato de arrendamento temporário para a exploração de uma área no cais do Saboó, no Porto de Santos, mas ainda não há previsão de início de operações. Agora, são planejados os investimentos necessários para a nova instalação portuária. 

A área que será operada pela BTP tem 19 mil metros quadrados e será destinada à movimentação de carga geral conteinerizada ou não. A empresa já conta com um terminal de contêineres no Porto de Santos, na Alemoa. 

O contrato de arrendamento foi assinado na última sexta-feira com a Autoridade Portuária de Santos, novo nome da Companhia Docas do Estado de São Paulo, a Codesp. A área poderá ser explorada pela BTP por 180 dias ou até que se conclua o processo licitatório para um arrendamento de longo prazo. 

A partir de agora, segundo a empresa, serão viabilizados investimentos pontuais. Eles incluem a obtenção de licenças e melhorias de infraestrutura, a fim de tornar a área do Saboó operacional. Mas os planos estão sendo revistos. 

“Diante das perspectivas de desaceleração econômica no mercado global nos próximos meses, provocada pela crise do novo coronavírus, a empresa decidiu rever o plano de negócios previsto para este novo arrendamento”, destacou a BTP, em nota. 
No entanto, essa revisão de projetos não vale para a área da Alemoa. “Enquanto o cronograma da área 1 do Saboó é reavaliado, os esforços da BTP seguem concentrados na produtividade operacional do seu terminal, e na manutenção das medidas sanitárias adotadas para garantir a segurança e bem-estar de seus mais de 1.100 colaboradores que permanecem atuando 24 horas por dia e sete dias por semana no cais santista”. 

Arrendamento simplificado 

O contrato firmado com entre a Autoridade Portuária e a BTP integra o processo seletivo simplificado, aberto em setembro do ano passado, para ocupar áreas no Saboó. Os terrenos são considerados nobres e estão sem uso desde que foram devolvidos por seus antigos arrendatários, o Terminal Marítimo do Valongo e a Rodrimar. 

Seis empresas competiram por ao menos um dos três arrendamentos, com ofertas feitas no fim de outubro e início de novembro. A seleção simplificada está prevista em resolução da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) de 2016. 

Além do terreno arrendado pela BTP, outra área, que conta com 42 mil metros quadrados, será dedicada à movimentação de celulose e veículos. O terminal será explorado pela Santos Brasil, que administra o Tecon e do TEV na Margem Esquerda (Guarujá). 

Já o terceiro lote, com 21 mil metros quadrados, será operado pela empresa Set Port para movimentação de granéis sólidos e carga geral. É a única das três que ainda não explora arrendamento no cais santista.