Após 54 dias, navio Xin Guang Hua conclui sua missão

Maior embarcação submersível do mundo realizou operação inédita no Brasil, ao submergir para embarcar um cargueiro no convés

Por: Da Redação  -  19/01/20  -  22:31
Xin Guang Hua tem 255 metros de comprimento e um convés do tamanho de dois campos de futebol
Xin Guang Hua tem 255 metros de comprimento e um convés do tamanho de dois campos de futebol   Foto: Bruno César Alves/AWS

Em uma operação inédita, o maior navio submersível doca do mundo, oXinGuangHua, concluiu sua viagem de 54 dias entre os portos de São Sebastião, no Litoral Norte do Estado, eZhoushan, na China. A embarcação transportou outro cargueiro, oChipolTaihu, que teve problemas nos sistemas de propulsão e de geração de energia e ficouaderiva até ser rebocado. A manobra envolveu aPraticagemde São Paulo, especialistas da Marinha do Brasil e as empresasCoscoShippinge AWS Service.


As duas embarcações são da mesma operadora, aCoscoChina, que montou esse esquema delicado para garantir que o navio e sua valiosa carga, de cerca de 40 mil toneladas de toras de madeira, fossem levados com segurança até o país asiático.


XinGuangHua, de Hong Kong, tem 255 metros de comprimento e um convés do tamanho de dois campos de futebol. Ele submergiu parcialmente até a profundidade de 27 metros, para receber em seu convés-plataforma o navioChipolTaihu, de 188 metros de comprimento, carregado com toras de madeira.


A operação aconteceu porque oChipolTaihusofreu problemas quando seguia para a China. O navio foi rebocado até o Porto de Rio Grande (RS) e depois para São Sebastião. Enquanto isso, oXinGuangHua, que estava a caminho de Cuba, foi desviado para o Brasil para realizar a manobra e seguir viagem para a China no dia 25 de novembro.


ChipolTaihufoidescarregado na última sexta-feira, concluindo uma missão arriscada e ousada. Foram várias reuniões preparatórias para escolher o local ideal para a manobra, como explica o presidente daPraticagemde São Paulo, Carlos Alberto de Souza Filho.


“Nossa equipe achou um lugar com 33 metros de profundidade, protegido das ondas do mar aberto e onde a operação não atrapalharia as operações do porto e nem provocaria danos ambientais. Foi um trabalho em equipe realizado com muitos cálculos e todos os cuidados com a segurança, pois qualquer toque entre dois navios causa um estrago grande”, destacou o prático.


O navio doca entrou na Barra Norte do porto e foi fundeado pelos práticos em 19 de novembro, pela manhã. No dia seguinte, às 4 horas, começou a operação para submergi-lo parcialmente. Esta etapa durou outras quatro horas.


O navio foi colocado a 27 metros de profundidade, o equivalente a um prédio de oito andares. Depois, foi mantido alinhado contra a corrente e o vento, usando os rebocadores.


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