Secretário-executivo do Ministério da Saúde diz que pasta reprova quarentena mais rígida em SP

Segundo João Gabbardo dos Reis, se o governador João Doria (PSDB) decidir fazer isso, não terá a aprovação técnica da pasta

Por: Do Estadão Conteúdo  -  27/03/20  -  11:10
Atualizado em 27/03/20 - 11:21
Gabbardo disse que se SP adotar medidas mais rígidas, não poderá falar que possui chancela da pasta
Gabbardo disse que se SP adotar medidas mais rígidas, não poderá falar que possui chancela da pasta   Foto: Erasmo Salomão/MS

O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, disse nesta quinta-feira (26), que a pasta não aprova a adoção de uma quarentena mais rígida no Estado de São Paulo e frisou que se o governador João Doria (PSDB) decidir fazer isso, não terá a aprovação técnica do ministério.


"Temos atuado em cooperação com os Estados. Mas se o Estado de São Paulo resolver tomar as decisões independentes do Ministério da Saúde, vamos recomendar que não diga mais que estão tomando medidas de acordo com o Ministério da Saúde", afirmou Gabbardo, ao detalhar a situação do coronavírus no País nesta quinta-feira (26).


A gestão João Doria cogita aumentar ainda mais as restrições de acordo com a evolução da epidemia. "Existe uma gradação. O que estamos fazendo não é um isolamento. É um distanciamento social. O próximo passo, se houver necessidade, é um isolamento domiciliar ou social. E, se houver necessidade ainda de apertar mais esse cinto, aí seria o lockdown (fechamento total do Estado). E a característica, aí, é o uso da força policial para manter as pessoas em casa", afirmou o secretário estadual da Saúde, José Henrique Germann.


O secretário-executivo do Ministério da Saúde, João Gabbardo dos Reis, no entanto, disse que a pasta não vai chancelar uma eventual decisão nesse sentido. "As medidas mais drásticas que São Paulo vai fazer, o Estado deve assumir, mesmo não tendo concordância e não tendo sido discutido com o Ministério da Saúde."


Na última quarta-feira (25), o presidente Jair Bolsonaro teve seu embate mais duro com os chefes do Executivo nos Estados desde o início da crise provocada pela pandemia do novo coronavírus. Em reunião com os governadores do Sudeste, ele foi cobrado por Doria a ter mais responsabilidade ao tratar da pandemia. O presidente retrucou, acusando o tucano de fazer "demagogia" e usar a situação como "palanque" eleitoral.


Doria afirmou na ocasião que o presidente deveria "dar exemplo ao País, e não dividir a nação em tempos de pandemia". Bolsonaro retrucou: "Se você não atrapalhar, o Brasil vai decolar e conseguir sair da crise. Saia do palanque".


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