Suspeito de matar menino em São Vicente some e pode ter sido executado por ‘tribunal do crime’

Corpo de Iury Júnior Pereira Silva foi achado enterrado no quintal de uma casa, no Gleba II

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  29/09/20  -  09:01
Corpo de Iury foi encontrado parcialmente enterrado na residência de Goiás, no Gleba II
Corpo de Iury foi encontrado parcialmente enterrado na residência de Goiás, no Gleba II   Foto: Arquivo Pessoal

O principal suspeito de matar um menino de 14 anos e enterrar o seu corpo no quintal de sua casa, na Área Continental de São Vicente, foi identificado apenas pelo apelido de Goiás. Ele está desaparecido desde a data do encontro do cadáver, às 17 horas de sábado (26), e os indícios são os de que foi eliminado pelo “tribunal do crime”.


A residência onde Goiás residiria havia cerca de dois meses fica na Rua José Gomes Henriques (antiga Rua 19), na Gleba II. O estudante Iury Júnior Pereira Silva estava desaparecido desde quarta-feira (23) da semana passada. Na ocasião, o adolescente saiu de casa às 22 horas pedalando uma bicicleta, conforme informou a sua mãe.


Posteriormente, surgiram informações de que o garoto fora visto na data do sumiço com Goiás. O suspeito foi descrito como pardo, de cabelos crespos, com olhos negros e medindo cerca de 1,80 metro de altura. Populares do bairro se mobilizaram para a localização do adolescente e abordaram Goiás no sábado à tarde, na frente de sua casa.


Depredação e sumiço


O grupo entrou na moradia do suspeito e achou um par de chinelos. Os calçados foram reconhecidos como sendo de Iury. Goiás foi “pressionado” a contar onde estava o menino e apontou para o quintal. Acondicionado em um saco de lixo preto, o corpo do adolescente se encontrava parcialmente enterrado.


A Polícia Militar foi avisada sobre o encontro do cadáver, mas o suspeito não foi achado quando policiais chegaram na casa. Segundo os PMs, o imóvel estava todo depredado, não restando um imóvel intacto. O corpo de Iury ainda permanecia enterrado de forma parcial. No quintal havia diversas cordas e manchas de sangue em uma parede.


Em comunidades da periferia, onde a atuação de facções criminosas ganha força diante da ausência do Estado, os tribunais do crime costumam agir para solucionar conflitos e impor castigos físicos e até mesmo a pena capital. Estupradores, alcaguetes, devedores de drogas e pessoas que intranquilizam os moradores são os alvos desta justiça informal.


O assassinato de Iury é apurado pela 3ª Delegacia de Investigações sobre Homicídios. Os policiais da especializada aguardam o laudo de exame necroscópico que definirá a causa da morte. Os agentes também tentam descobrir o nome de Goiás para esclarecer se de fato ele cometeu o crime e por qual motivo.


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