Sem-teto agredido em Santos some após ter alta

Parentes buscam paradeiro do andarilho

Por: Júnior Batista & Da Redação &  -  23/03/19  -  14:36
José Rafael dos Santos Chagas costumava ficar no Boqueirão, em Santos
José Rafael dos Santos Chagas costumava ficar no Boqueirão, em Santos   Foto: Foto/Arquivo Pessoal

A família de José Rafael dos Santos Chagas – cuja morte foi noticiada erroneamente – não sabe qual o paradeiro do sem-teto, de 35 anos, desde que ele foi agredido por outros andarilhos, no último domingo (17), no bairro Boqueirão, em Santos.


Chagas deu entrada na Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Central no dia 17 com deformidades na região frontal da cabeça, dor de cabeça e sangue no canal auditivo. Segundo familiares, também teve traumatismo craniano. No mesmo dia, segundo a assessoria da UPA, ele foi transferido à Santa Casa.


Chagas estava em condição grave e risco de morte, conforme boletim de ocorrência. No dia 18, segundo a assessoria de imprensa da Santa Casa, teve alta.


Prima de Chagas, a auxiliar administrativa Jaqueline Cavalcante, de 21 anos, conta que ele vivia nas ruas há cerca de um ano e meio, pois estaria com problemas com drogas e bebida. Eles também desconfiam de que estivesse com depressão.


“Desde que ele se separou, há muitos anos, não foi mais o mesmo. Porém, ele sempre visitou os filhos e, até então, não ficava na rua”, conta a auxiliar administrativa.


Chagas foi para as ruas, mas sempre ficava no Boqueirão. Amigos e outros parentes que moram próximo à praia sempre passavam por lá para vê-lo. Ele sempre ficava nos mesmos quarteirões.


“Só que desde domingo ele não voltou ao local. Isso tudo é muito estranho”, diz ela.


Entenda o caso


José Rafael dos Santos Chagas foi agredido com pauladas no último domingo por outros três moradores de rua. 


Ele teria se envolvido numa briga com os três, que bateram nele com pedaços de pau. A polícia foi chamada. Uma unidade do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) o levou para a UPA Central. De lá, dada a gravidade de sua situação, foi transferido para a Santa Casa, de onde teria recebido alta na segunda-feira.


“Questionamos a Santa Casa sobre sua saída, mas a única coisa que disseram é que haviam dado alta para ele. Fomos até o IML [Instituto Médico-Legal] e nada. Realmente não sabemos o que aconteceu. Só queremos achá-lo”, diz a prima.


Sofrimento


Casada com Chagas durante cerca de nove anos, a ex-mulher dele, Rita de Cássia de Lara Cruz, de 38 anos, afirma que os filhos, de 15 e 14, sentem falta do pai.


A auxiliar de produção conta que o ex-marido aparecia vez ou outra para ver os filhos e estava presente na vida deles, até que começou a viver nas ruas.


Quando estavam juntos, Chagas já demonstrava seus problemas com drogas e bebidas, motivo pelo qual ela se separou dele. Chagas usava cocaína.


“Além disso, quando mais novo, ele era mais agressivo, ciumento. Tivemos muitas brigas e, quando ele usava drogas, ficava pior. Foi um dos motivos pelos quais me separei dele”, conta Rita.


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