Porteiro de São Vicente é preso acusado de crime cometido em Sergipe: 'Nunca esteve lá'

Antônio Carlos Amâncio Dias, de 47 anos, está preso desde 18 de junho após ser apontado como procurado da Justiça por um crime cometido em Sergipe, no ano de 2007. No entanto, a defesa do porteiro, morador de São Vicente, alega que houve um equívoco e trabalha para reverter a decisão e libertá-lo.

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Antônio Carlos estava com sua esposa indo para a casa de um amigo, em Praia Grande, no dia 18 de junho. O casal foi abordado por uma viatura da Polícia Militar onde os policiais afirmaram ter um mandado de prisão contra o porteiro por um crime cometido no ano de 2007 no Estado de Sergipe.

"Fomos conduzidos até a delegacia, assustados, sem entender muito bem o que tinha acontecido. Lá, descobrimos que tratava de um caso antigo, onde uma pessoa se apropriou de um documento do meu esposo e se passou por ele", explica Fernanda Cristina Dias, esposa do porteiro.

O mandado, expedido pela Comarca do município de Lagarto (SE), refere-se a uma condenação por tráfico de drogas. A esposa de Antônio Carlos garantiu que ele nunca esteve em Sergipe na referida data.

"Ele é nascido e criado na Baixada Santista. Nunca esteve em Sergipe. Inclusive, nessa época, ele trabalhava para uma empresa e com registro em carteira", relata.

Após registro da ocorrência na Delegacia Sede de Praia Grande, Antônio Carlos foi mantido preso na cadeia anexo ao DP. Nesta quarta-feira (30), ele foi transferido para a Penitenciária I de São Vicente.

A notícia da prisão de Antônio Carlos pegou o filho, Willian Dias, de 26 anos, totalmente de surpresa. O jovem estava no trabalho quando recebeu uma mensagem da esposa avisando sobre a prisão do pai.

"Na hora não acreditei. Minha mulher me disse sobre o que tinha acontecido era de madrugada. Meu pai é trabalhador, uma pessoa muito querida, fico imaginando o que deve estar passando pela cabeça dele vivendo toda essa situação", ponderou o filho.

Defesa

O advogado Mário Badures, que representa Antônio Carlos, teve acesso ao processo e verificou uma divergência na assinatura e na digital do homem que se passou por seu cliente.

"Contactado pela dona Fernanda, analisamos o processo e juntos elementos para uma perita. Após a finalização do laudo, iremos constatar a divergência da digital e da grafia desse suposto Antônio Carlos. Após termos o laudo em mãos, vamos tomar a providência judicial cabível para conseguir a sua devida libertação", afirmou.

Segundo Badures, que conversou com o Antônio Carlos, o porteiro teve um de seus documentos pessoais extraviados em 2003. Na ocasição, ele não chegou a fazer registros sobre o documento. "Ele reiterou que nunca esteve em Sergipe, forneceu material que foi encaminhado para a perícia e que iremos usar para provar de que ele não foi o autor desses crimes.

A sentença por tráfico de drogas se deu recentemente, em 2018, com pena em regime fechado de seis anos e três meses.

"Não é um caso fácil e nem será resolvido de forma rápida. Com o laudo, entraremos com uma revisão criminal com a autoridade responsável, estamos estudando, também, um habeas corpus", finaliza.