O inquérito policial sobre a morte de Débora Raquel Silva, de 28 anos, ex-esposa do soldado da Polícia Militar Edgar de Oliveira Fonseca, de 33, foi encerrado e aponta que o PM é autor do feminicídio. A informação foi confirmada pela Polícia Civil ao G1 Santos, ontem. O crime ocorreu no último dia 11, em Vicente de Carvalho, Guarujá.
Na ocasião, a jovem e o atual namorado, de 24 anos, estavam chegando na casa dele, no Pae Cará, Vicente de Carvalho. O PM teria ido ao local, de moto, e efetuado vários disparos. Antes de ser atingida e morta, a jovem gritou “é o Edgar, é o Edgar. Para Edgar, para Edgar”.
O casal foi atingido pelos tiros. Ela não resistiu aos ferimentos e morreu no local. O namorado, resgatado pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sobreviveu.
Ele correu e tentou se esconder em uma casa do bairro. Mesmo assim, foi baleado enquanto fugia.
Segundo a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo (SSP), Edgar Fonseca foi preso em flagrante por homicídio qualificado e tentativa de homicídio – na mesma noite, às 23h33, na Rua São Pedro, em Vicente de Carvalho.
O caso foi investigado pela equipe da Delegacia Sede de Guarujá, que finalizou o inquérito na tarde de sexta-feira, devido ao fim do prazo legal, conforme explicou o delegado Thiago Nemi Bonametti.
Ele informou que algumas diligências faltantes serão enviadas direto ao juízo, para serem analisadas. No entanto, reforça que o laudo da perícia apontou que as cápsulas de munição encontradas no local do crime são do mesmo lote da arma do policial.
“Isso não é conclusivo, porque o lote de munições não é só para uma pessoa, mas reforça os outros indícios de que foi o policial mesmo o autor. Outro indicativo é o exame na arma, que resultou positivo para disparos recentes”, afirma.
A arma do PM, com 15 projéteis, apresentou dez munições com o mesmo número de lote e fabricação das cápsulas encontradas pelos peritos. As outras cinco balas apresentavam lote diferente das demais. “Aguardamos, ainda, o resultado da balística definitiva, que será conclusiva, mas deve demorar um pouco ainda e depende da finalização do exame necroscópico da vítima, diz o delegado.
O autor nega o crime e o irmão do PM disse ser impossível Edgar ter matado a vítima, já que teria saído do batalhão onde trabalha, em Santos, às 22h05 e chegado na da mãe, em Vicente de Carvalho, às 22h35, no dia em que Débora morreu.
Em nota, a Secretaria da Segurança Pública também informou ao G1 Santos que o inquérito foi relatado após reconhecimento do suspeito por parte da vítima sobrevivente e da análise de objetos pessoais e da arma utilizada no crime. O policial, lotado no 6º BPM/I (Santos), permanece preso no Presídio Militar Romão Gomes, na Capital.
Os autos seguem para análise do Ministério Público, que decidirá se ele será formalmente acusado, e do juiz, que decidirá se receberá a acusação e iniciará o processo.
*com informações do G1