Pai agride e raspa cabelo da filha de 14 anos após ver vídeo com cigarro e bebida no Rio

Caso aconteceu na madrugada de quinta-feira, em Bento Ribeiro, Zona Norte do Rio de Janeiro. Pai da adolescente é bombeiro

Por: De A Tribuna On-line  -  14/12/19  -  10:17
  Foto: Reprodução

Uma jovem de 14 anos teve parte do cabelo raspada pelo próprio pai, sargento do Corpo de Bombeiros no Rio de Janeiro, que se irritou após assistir um vídeo em que a adolescente aparecia supostamente ingerindo bebida alcoólica e fumando cigarro. O caso aconteceu na madrugada de quinta-feira (12), em Bento Ribeiro, Zona Norte da cidade.


Os pais da menina são separados. Segundo a polícia, ela passava uns dias na casa do pai, mas acabou alvo do comportamento descontrolado do militar. Em depoimento, ele contou ter recebido um vídeo em que a filha aparecia reunida com outros jovens em uma praça próxima de casa. Bebida e cigarro apareciam nas imagens.


De acordo com o 30° DP (Marechal Hermes), que abriu inquérito para apurar as circunstâncias em que tudo aconteceu, o bombeiro disse que imaginava ser um cigarro de maconha e passou a acreditar que a filha não era mais virgem. Por conta disso, ficou nervoso e passou dos limites. A adolescente negou as acusações do pai.


A mãe e a adolescente decidiram comprar uma peruca na tentativa de minimizar o trauma da jovem. Elas saíram no fim da tarde para pesquisar o produto em algumas lojas da Zona Norte do Rio. Segundo a mãe da menina, a peruca custa aproximadamente R$ 3 mil, e amigos decidiram criar uma vaquinha online para ajudar a pagar.


“Queremos comprar logo para que seja algo menos doloroso para minha filha lidar todos os dias, ter que ficar se olhando no espelho e se sentindo inferior, diminuída”.


O sargento não só raspou o cabelo da filha, como a agrediu com socos no rosto e no braço, onde apresenta hematomas.


“Ele me xingou muito e disse que não prestava. Falava ‘você é piranha igual sua mãe’”, lembrou a menina. “Agora, estou um pouco melhor, mas eu me olhava no espelho e só chorava”, relatou a garota.


A mãe da menina afirmou que o sargento sempre foi muito agressivo com palavras e já agrediu a menina outras vezes, mas nunca com tanta violência.


A Polícia Civil solicitou à Justiça a proibição do sargento de encontrar a menina até que o inquérito seja concluído. A medida protetiva, segundo os agentes, já foi deferida.


Os investigadores também decidiram realizar uma perícia na casa da mãe da jovem, isso porque ela contou na delegacia que, há cerca de um ano, durante uma discussão, o bombeiro fez um disparo de arma de fogo.


Em nota, a Polícia Civil informou que foram instaurados dois inquéritos, um para apurar as lesões e injúrias à menor e outro, inicialmente, para apurar disparo de arma de fogo.


O Corpo de Bombeiros informou, também por meio de nota, que instaurou processo administrativo disciplinar para apurar a conduta do militar, e que a Corregedoria Interna da corporação determinou a suspensão do porte de arma do sargento.


Na esfera criminal, a competência é da Polícia Civil. A corporação informou, ainda, que o CBMERJ reforça que não compactua com atos ilícitos ou que vão de encontro à ética, à moral e aos bons costumes.


* Com informações do jornal Extra


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