Motociclista morre em colisão com carro dirigido por homem alcoolizado no Litoral de SP
A vítima cuidava da mãe, de 87 anos; família está revoltada
O motociclista Cícero Felipe da Silva, de 57 anos, morreu depois de se chocar com um carro por volta das 20 horas deste domingo (21). O motorista do carro, Eriton, um comerciante de 44 anos, estava alcoolizado, conforme apontado pelo teste do etilômetro, realizado no local pela polícia. O acidente ocorreu no cruzamento da Avenida Santos Dumont com a Rua Hélio Ferreira, no bairro Boa Esperança, em Guarujá.
Segundo o boletim de ocorrência, o comerciante estava em um bar, quando chamou a namorada - que estava em casa dormindo - para lá. Ela foi ao local e eles decidiram sair para comer no Centro. Eriton dirigia o seu carro, um Gol prata, e a namorada era a passageira.
Quando estavam na Avenida Santos Dumont, ela disse estar muito frio e o casal decidiu voltar para casa. Foi quando Eriton fez o retorno no cruzamento com a Rua Hélio Ferreira. Segundo ele, ali não há semáforo para a conversão, mas existe um a cerca de 50 metros na avenida, que estava vermelho, tanto que ele diz ter visto vários carros parados. A família da vítima contesta a versão (veja mais abaixo).
Ao iniciar a conversão, Eriton sentiu o carro ser atingido pela motocicleta. O casal desceu do automóvel e constatou o acidente. Eles aguardaram no local até a chegada do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) e da Polícia Militar.
Segundo a PM, ao chegar ao local, a equipe viu que o motorista aparentava estar embriagado e fez o exame do etilômetro (bafômetro), que acusou 0,94 mg/l, bem acima do limite de 0,05 mg/l. Eriton e a namorada foram, então, para a delegacia e a vítima foi levada para o pronto-socorro.
O delegado decretou fiança de R$ 6 mil e, como ela não foi paga, Eriton foi conduzido à cadeia.
Família contesta
Segundo uma pessoa da família, Cícero voltava da casa da namorada quando o carro avançou o retorno e ele não conseguiu parar a tempo. "Alguém disse que ele avançou o sinal vermelho, mas ali não existe semáforo, só a três quadras. O motorista, que estava embriagado, é que não esperou que o Cícero passasse. E agora perdemos um ente da nossa família", disse.
Segundo a família, a vítima morava próximo do local do acidente. "Quando isso aconteceu, ele estava consciente e pediu para ligarem para a irmã. Em menos de dez minutos, ela chegou lá e acompanhou o Cícero na ambulância. O motorista não conseguia nem ficar em pé, de tão bêbado que estava", disse.
A vítima teve, segundo a família, politraumatismo, fraturou a bacia e sofreu hemorragia interna. Cícero não resistiu aos ferimentos. Ele era caminhoneiro e, além de trabalhar, cuidava da mãe, de 87 anos, com quem morava.
