Megatraficante do PCC preso na África segue para o Brasil em avião da FAB

Por segurança, ainda não foi informado para onde 'Fuminho' será encaminhado. Moro classificou prisão do parceiro de Marcola como um 'poderoso golpe' na organização criminosa

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  19/04/20  -  16:14
Atualizado em 19/04/20 - 16:23
  Foto: Divulgação

O megatraficante Gilberto Aparecido dos Santos, o 'Fuminho', de 49 anos, braço direito do líder máximo do Primeiro Comando da Capital (PCC), está a caminho do Brasil. Em um jato da Força Aérea Brasileira (FAB), policiais federais foram até Maputo, capital de Moçambique, buscar o criminoso. O avião decolou daquele país africano à 1h30 deste domingo (20h30, no horário de Brasília).


Por questões de segurança, ainda não foi informado para onde Fuminho será encaminhado, mas o seu destino deve ser uma das cinco unidades do sistema penitenciário federal, que ficam em Catanduvas (PR), Campo Grande (MS), Porto Velho (RO), Mossoró (RN) e Brasília (DF). Nesta última penitenciária, está o chefão do PCC, Marco Willians Herbas Camacho, o Marcola.


O advogado de Fuminho, Eduardo Durante, que é de Santos, tinha voo marcado para Maputo, em avião particular, nesta segunda-feira (20). Porém, sua viagem foi abortada diante da notícia da transferência inesperada do cliente. “Tudo aconteceu na calada noite, a toque de caixa, sem processo de extradição e com uma expulsão realizada em tempo recorde”, disse.


Fuminho foi embarcado em avião da FAB em Moçambique
Fuminho foi embarcado em avião da FAB em Moçambique   Foto: Divulgação

Durante está em São Paulo, de onde tenta monitorar a transferência do cliente, aguarda as autoridades nacionais divulgarem o destino exato de Fuminho e providencia a logística necessária para ir ao seu encontro. Com a definição da penitenciária onde será recolhido o criminoso, o advogado seguirá de avião ou helicóptero até Gilberto dos Santos, que estava foragido havia 21 anos.


Fuminho foi preso na capital de Moçambique no último dia 13 por agentes da Polícia Federal brasileira e policiais daquele país. Porém, das investigações que resultaram na descoberta do seu paradeiro, também participou o Drug Enforcement Administration (órgão norte-americano de combate às drogas). Com o seu nome incluído na relação de procurados da Interpol, o criminoso estava hospedado em um hotel de luxo em Maputo.


Por ocasião da recaptura de Fuminho na África, o Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) emitiu nota. Segundo o comunicado, ele é “considerado o maior fornecedor de cocaína ao PCC e responsável pelo envio de toneladas da droga para diversos países”. O ministro Sergio Moro classificou a prisão do parceiro de Marcola como um “poderoso golpe” na organização criminosa.


O advogado Eduardo Durante Dias representa um dos acusados que não irá a júri popular
O advogado Eduardo Durante Dias representa um dos acusados que não irá a júri popular   Foto: Divulgação

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