Mãe desrespeita ordem judicial e sequestra o filho na ida para a escola em Santos; VÍDEO

Ela fazia ameaças, inclusive de agressão, ao pai e à avó, que têm a guarda da criança

Por: ATribuna.com.br  -  24/04/24  -  06:36
Atualizado em 24/04/24 - 14:11
A mãe pegou o filho à força quando ele ia para a escola com a avó
A mãe pegou o filho à força quando ele ia para a escola com a avó   Foto: Arquivo Pessoal e Reprodução

O pai de um menino de 5 anos afirma estar desesperado após a criança ter sido levada embora à força pela mãe na manhã desta terça-feira (23), em Santos. Detentor da guarda do menor de idade junto com a avó paterna, o santista Eduardo Cassiano, de 50 anos, relata que a mulher aproveitou o momento em que o filho estava a caminho da escola para levá-lo. Ele suspeita que a criança esteja sendo levada para o Nordeste. (Veja em vídeo mais abaixo)


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O caso aconteceu por volta das 8 horas na Rua Dona Amélia Leuchtemberg, no bairro Ponta da Praia. O momento foi registrado por um sistema de monitoramento que mostra a criança sendo levada pela mãe, Manuela Xavier dos Santos, à força e a avó paterna tentando impedir que o menino fosse arrastado para dentro do carro.


Em entrevista para A Tribuna, o pai explica que tem a guarda provisória de urgência do menino junto com a avó paterna desde janeiro deste ano. Antes disso, a criança já morava com a mãe de Eduardo há cerca de três anos e a guarda foi concedida após Manuela querer levá-lo embora para Aracaju, em Sergipe.


A guarda provisória foi concedida pela juíza da 2ª Vara de Família e Sucessões de Santos. Na decisão, a magistrada usa como base o relato do pai de que a criança está sob cuidados da avó feliz e adaptada com a rotina familiar, enquanto a mãe mora em São Paulo e costuma visitar o filho em torno de uma vez ao mês.


A juíza concordou que a mudança da criança para o Nordeste alteraria por completo sua rotina, causando grande prejuízo emocional, educacional e familiar para o menor. O processo de guarda continua em andamento na Justiça, porém, provisoriamente, a avó paterna e Eduardo são os possuidores dela.



Desde que a decisão foi oficializada, Eduardo conta ter recebido constantes ameaças de Manuela de que ela tiraria o filho dele. “Ela nunca aceitou isso. De lá para cá, ela vem cercando a gente de todas as maneiras. Já tentou pegar na escola, na minha casa, na Sexta-Feira Santa... Correu com ele e eu consegui tirar da mão dela”.


Boletins de ocorrência contra Manuela foram registrados por Eduardo relatando as ameaças, inclusive de agressão, que eram feitas contra a sua família e de que levaria o menino embora para o Nordeste, desrespeitando a decisão da Justiça.


Entretanto, Eduardo relembra que há quase quatro semanas Manuela havia parado com as perseguições e ameaças. Mas, na manhã desta terça-feira (23), apareceu no momento em que a criança estava indo para a escola com a avó, empurrou a idosa de 73 anos e colocou o menino dentro de um carro.


O veículo utilizado por ela era um Up vermelho de teto preto. O pai do menino ressalta que outros dois homens desconhecidos estavam dentro do carro aguardando a mãe retornar com o menino.


“Ela empurrou a minha mãe, com tudo, para cair no chão, e veio arrastando ele, conforme as imagens. Enfiou (o menino) dentro de um carro com a ajuda de dois comparsas e está desaparecida até agora. Minha mãe (avó do menino) não para de chorar. Para ele (menino), a mãe dele é a minha mãe, a própria avó, que cuidou dele e que faz tudo com ele”, diz.


Depois do caso

Logo após ter sido avisado, a advogada Talita Alambert, que representa Eduardo, conta que eles foram registrar um boletim de ocorrência de subtração de menor. “No momento, o mais importante é a localização do menor, estou aguardando amanhã ser expedido o mandado de busca e apreensão do menor pela Justiça”, explica a defensora.


Após a localização da criança, Talita explica que tomará as medidas cabíveis na esfera criminal. “Temos um áudio da mãe da genitora, na qual ela fala que nessa altura do campeonato ela (Manuela) já está em outro lugar e ainda dá risada. É a única coisa que a gente tem. Ela (Manuela) nunca cuidou do filho dela. Não é justo um menor perder seus direitos garantidos por lei por um simples capricho da genitora”.


A advogada também informa que uma busca foi realizada pela Polícia Militar (PM) no endereço registrado por Talita em São Vicente, porém um homem alegou que ela não morava no local e eram apenas amigos.


Registro

De acordo com a Secretaria Estadual da Segurança Pública (SSP), o caso é investigado pela Delegacia de Defesa da Mulher (DDM) de Santos. Entretanto, ressaltou que a Polícia Civil foi notificada no dia 29 de março, sobre uma ocorrência de lesão corporal e violência doméstica.


“Na ocasião, uma mulher, de 40 anos, relatou ter sido agredida por um homem, de 49 anos, com quem tem um filho. No dia 8 deste mês, o homem compareceu à delegacia e relatou que também foi agredido”, informou a secretaria.


Contudo, nesta última terça-feira (23), o homem voltou à delegacia para relatar que a mulher, com dois homens desconhecidos, abordou sua mãe, uma idosa de 75 anos, e subtraiu a criança, fugindo na sequência. A SSP reforçou que a idosa é a detentora da guarda do menino.


Agora, a SSP garantiu que as investigações continuam para localizar o menor e esclarecer o ocorrido. O caso foi registrado na DDM de Santos como violência doméstica, lesão corporal, ameaça, injúria, vias de fato e subtração de incapaz.


A Polícia Militar (PM), por sua vez, apenas confirmou ter sido chamada para atender a ocorrência e a equipe ter orientado as partes a registrar o caso na delegacia. O Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP) informou, em nota, que processos dessa natureza tramitam em segredo de justiça e as informações nos autos são de acesso restrito às partes e advogados.


A reportagem de A Tribuna procurou pela defesa de Manuela, mas não obteve sucesso até a publicação desta matéria. O Ministério Público (MP) foi procurado para um posicionamento sobre o caso, mas não retornou até o fechamento desta matéria.


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