Jovem de 15 anos é vítima de bala perdida em São Vicente

As comemorações de carnaval terminaram de um jeito trágico na noite de sábado (2), em São Vicente. Uma adolescente de 15 anos foi atingida por um tiro de bala perdida, aparentemente acidental.

A estudante participava de uma festa na Vila Margarida, por volta das 22h45, quando foi atingida por disparo no braço direito, segundo o boletim de ocorrência. O projétil ficou alojado no pescoço e ela foi socorrida pelo irmão até o Hospital Municipal de São Vicente (antigo Crei), em estado grave.

A Secretaria de Saúde da cidade confirmou a entrada da jovem às 23h10 de sábado no hospital e disse que ela segue internada na emergência após cirurgia, porque seu quadro é instável. Sendo assim, sua transferência para a UTI é de alto risco e é necessário que seu quadro se estabilize para que seja feita a remoção.

Os médicos disseram à família que seu quadro é de difícil reversão, pois a jovem perdeu muito sangue.

No registro da ocorrência não fica claro em quais circunstâncias o disparo foi dado. Os policiais receberam um chamado via Copom e, chegando ao bairro, viram que havia uma festa de carnaval informal, na rua, porém, a jovem já havia sido socorrida por populares para o hospital.

Inconsolável

Na ala de espera da UTI e Emergência do Hospital Municipal de São Vicente, Luciene Bispo Menezes, mãe da vítima, não sabia o que fazer. De um lado para o outro, andava agarrada a um casaco vermelho. “É dela. Quer dizer, eu que estou usando, mas é dela. É um jeito de senti-la perto”, afirmou, aos prantos.

Mãe de cinco filhos, a autônoma ficou em choque ao saber que a filha havia sido atingida por um tiro. A estudante é tranquila, mas gosta de se divertir de vez em quando, segundo ela.

Luciene não quis acreditar no pior, no entanto, as notícias dos médicos não foram nada animadoras. “Eles disseram que, se ela sobreviver, ficará vegetando, porque o tiro atingiu uma região toda do rosto, parece que prejudicou as funções motoras”, contou.

A autônoma, que sempre morou na região da Vila Margarida, disse que a jovem é a mais velha das suas meninas. As outras têm 12 e 5 anos. A mãe é casada e vende legumes nos sinaleiros e nas ruas. Também faz bicos com refrescos e água.

Agora, só reza e pede conforto. “Espero um milagre. Queria que tudo isso fosse só um pesadelo”.