Idoso de 77 anos e rapaz de 25 são presos em operação de combate à pedofilia

Os presos em flagrante possuíam arquivos de mídia com fotos e filmagens de crianças e adolescentes em cena de sexo explícito ou pornográfica

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  26/11/20  -  00:48
Atualizado em 26/11/20 - 00:58
Os presos em flagrante possuíam arquivos de mídia com fotos e filmagens de crianças e adolescentes
Os presos em flagrante possuíam arquivos de mídia com fotos e filmagens de crianças e adolescentes   Foto: Divulgação/Polícia Civil

A Polícia Civil prendeu em flagrante nesta quarta-feira (25) um jovem, de 25 anos, e um idoso, de 77, em Praia Grande e Santos, respectivamente. As capturas ocorreram durante a Operação Black Dolphin, que combate a pedofilia por meio da internet em quatro estados. Na Baixada Santista, mais 13 alvos tiveram as suas casas revistadas com autorização judicial, mas não foram autuados. As investigações contra eles continuam.


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Os presos em flagrante possuíam arquivos de mídia com fotos e filmagens de crianças e adolescentes em cena de sexo explícito ou pornográfica. Por esse motivo, eles foram autuados pelo crime descrito no Artigo 241-B do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que consiste em possuir ou armazenar esse tipo de material. A pena varia de um a quatro anos de reclusão.


Morador no bairro do Estuário, o aposentado Antônio dos Passos Silveira, de 77 anos, foi um dos presos. Ele pagou fiança de R$ 1 mil no 3º DP de Santos e responderá pelo delito em liberdade. Em sua casa foram apreendidas mais de 500 mídias, entre CDs, pen drives, fitas VHS e disquete, além de notebook e computador. Análise preliminar detectou arquivos de pedofilia no material, mas todo ele ainda será periciado.


Operação mobilizou equipes em todo o Brasil
Operação mobilizou equipes em todo o Brasil   Foto: Divulgação/Polícia Civil

Vinicius Fernandes de Andrade, de 25 anos, reside no Aviação e possuía em casa mais de 300 mídias, dois celulares, notebook e outros dispositivos de informática. O material também foi apreendido para ser examinado, mas varredura superficial nos arquivos do computador revelou conteúdo de pedofilia. Sem pagar fiança de cinco salários mínimos (R$ 5.195,00) arbitrada na Delegacia Praia Grande, o rapaz foi recolhido à cadeia.


Tudo vem à tona


“Não adianta tentar ocultar. Tudo deixa rastro e a polícia tem aparelhagem para encontrar. A única solução para aquele que insiste em trilhar o caminho do crime é evitar cometê-lo”. A advertência é do delegado seccional de Santos, Carlos Topfer Schneider, e tem como destinatários, em especial, os 13 alvos que tiveram as residências revistadas e não foram autuados em flagrante por falta de provas, por enquanto.


Diretor do Núcleo de Perícias Criminalísticas de Santos (NPCS), o perito criminal Antonio Alvares Monteiro endossou as palavras de Schneider. Segundo ele, aquilo que não foi achado nos materiais apreendidos nas casas dos 13 alvos liberados poderá ser encontrado em um exame mais detalhado. O responsável pelo NPCS disse que será feita perícia em cada equipamento e mídia para buscar provas de eventuais crimes.


As investigações da Black Dolphin foram deflagradas pela Polícia Civil em São José do Rio Preto (SP). A partir desta cidade, foi apurado o armazenamento e compartilhamento de conteúdos de pornografia infantil entre pessoas de outros municípios e até mesmo de outros estados, como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul. Os suspeitos foram identificados por meio do IP (número de cada dispositivo conectado à internet).


Mandados de busca e apreensão para as casas de todos os investigados foram expedidos pela Vara da Infância e da Juventude de São José do Rio Preto. No Estado de São Paulo ocorreram 46 prisões em flagrante. As demais foram em Minas Gerais (3), Rio Grande do Sul (4) e Rio de Janeiro (1). Nos quatro estados, a Black Dolphin mobilizou 1.170 agentes e 302 viaturas.


Agentes apreenderam material de mídia envolvendo cenas de abuso infantil
Agentes apreenderam material de mídia envolvendo cenas de abuso infantil   Foto: Divulgação/Polícia Civil

As perícias nos equipamentos apreendidos poderão revelar crimes mais graves que o armazenamento de conteúdo de pedofilia. O ECA pune com reclusão de três a seis anos quem transmite ou distribui esse tipo de material sem finalidade econômica. A punição para quem vende ou expõe à venda varia de quatro a oito anos. Os investigadores também não descartam a descoberta de outros delitos.


Disneylândia


A investigação foi iniciada em 2018, durante uma ronda virtual. Na ocasião, foi preso em São Paulo um homem que pretendia levar a sua sobrinha para a Disney. A intenção era vendê-la para pedófilos estrangeiros e alegar depois que a menina desapareceu no parque. A partir desta captura se descobriu uma organização criminosa voltada à produção e venda de material de abuso infantil, sequestro e tráfico de crianças.


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