Garçom é condenado a 13 anos de prisão pelo assassinato de estudante em Guarujá

O júri popular do garçom Robinson de Jesus Lima, de 50 anos, acusado de participar do assassinato do estudante Mário dos Santos Sampaio, em 31 de dezembro de 2012, ocorreu nesta quarta-feira (28), no Forúm de Guarujá. Ele foi condenado a 13 anos de prisão, mas irá recorrer em liberdade.

O crime ocorreu em um restaurante na Enseada, após uma discussão por causa de uma diferença de R$ 7 no valor da conta. O julgamento terminou por volta das 22. 

O dono do restaurante, José Adão Pereira Passos, de 61 anos, e seu filho, o gerente Diego Souza Passos, de 29, já foram condenados pela morte. Lima estava respondendo em liberdade pela acusação de homicídio duplamente qualificado. Segundo testemunhas, foi o garçom quem entregou a faca usada no crime ao proprietário do estabelecimento. 

O júri começou por volta das 10h. Ouviram-se seis testemunhas. Do lado de fora do Fórum, o pai da vítima, Renato Camargo Sampaio, disse à TV Tribuna que esperava a condenação do garçom. 

“Ele impediu a saída do meu filho. Ele foi a pessoa que falou, na saída, que meu filho não iria ver 2013. Ele foi, até, mais culpado que os outros, porque ele incentivou [o crime].”

A sentença foi declarada pelo juiz, após o júri popular. Robinson de Jesus Lima foi condenado a 13 anos de prisão, mas recorrerá em liberdade. A Promotoria informou que vai recorrer para que ocorra o aumento da pena e para que ele seja preso imediatamente.

Alexandre Beserra Subtil, advogado de defesa do garçom, esperava que ele fosse absolvido, pois alega inocência.

O crime  

Mário Sampaio, de 22 anos, morava em Campinas (SP) e passava férias em Guarujá. No restaurante, ele havia jantado com três amigos e a namorada. Segundo a polícia, ao pagar a conta, ele se recusou a pagar o valor de R$ 19,99, alegando que o valor divulgado era de R$ 12,99. 

A atendente do caixa chamou o gerente do restaurante, e eles começaram a discutir. Em seguida, o dono do estabelecimento, que é o pai do gerente, disse que aceitava o valor de R$ 12,99. Porém, ainda de acordo com a polícia, o gerente passou a ameaçar o jovem, dizendo que ele o aguardaria do lado de fora para brigar. 

Para evitar confusão, Mário não saiu de dentro do restaurante e chamou a Polícia Militar. 

A seguir, o gerente do estabelecimento e outros três garçons começaram a agredir o rapaz com socos. Conforme a polícia, ao ver a briga, o dono do restaurante golpeou o turista com três facadas nas costas. 

José Adão e Diego foram presos em janeiro de 2013. Em outubro de 2015, foram condenados a 17 e 14 anos de prisão, respectivamente, por homicídio duplamente qualificado e por terem escondido as câmeras de monitoramento do restaurante. No ano seguinte, após recurso da defesa da vítima, a prisão de José Adão foi ampliada para 20 anos, e a de Diego Passos, para 17.