'Festinha' com menores em motel termina com quatro presos em São Vicente
Grupo ignorou recomendações médicas e de autoridades em meio à pandemia do coronavírus
Em época de isolamento social devido à pandemia do coronavírus, uma garota de programa e três rapazes ignoraram as recomendações de médicos e autoridades. Eles se reuniram na suíte de um motel em São Vicente e agravaram ainda mais eventual exposição ao Covid-19 ao levarem duas adolescentes de 13 anos. Os adultos foram presos.
Sob o aspecto da saúde pública, os adultos sofreriam mera censura pela falta de conscientização do problema que preocupa a população do planeta. Mas, no âmbito do Direito Penal, a conduta da garota de programa e dos três rapazes se enquadra no crime de corrupção de menores, conforme entendeu o delegado Armando Prado Lyra Neto.
Previsto no Artigo 218 do Código Penal, o delito pune com reclusão, de dois a cinco anos, quem induz alguém menor de 14 anos a satisfazer a lascívia (libidinagem) de outra pessoa. Lyra Neto autuou os suspeitos por esse crime, que é inafiançável, e determinou a remoção deles à cadeia. Na condição de vítimas, as meninas foram ouvidas e liberadas.
Lança-perfume
O episódio aconteceu no Motel Tic Tac, na Avenida Tupiniquins, no bairro Japuí, na quarta-feira (18) à noite. A garota de programa, de 21 anos, chegou ao local com os rapazes, um de 20 e dois de 28 anos, em um Fiat Idea vermelho.
As adolescentes não foram vistas porque estariam escondidas no porta-malas, conforme a gerência do motel informou para ATribuna.com.br. Porém, menos de meia hora depois, o barulho de algazarra vindo do interior da suíte nº 20 trouxe a desconfiança de que havia mais pessoas no quarto, além dos adultos.
Policiais militares foram acionados. Eles flagraram na suíte a garota de programa, os três rapazes e as duas adolescentes de 13 anos. Naquele momento, acusados e vítimas estavam vestidos. Dois tubos vazios foram apreendidos, e as menores disseram que eles continham lança-perfume, consumido por todos no quarto do motel.
Os PMs apuraram que a garota de programa aliciou as menores e agendou encontro com os rapazes para realizarem sexo e consumirem drogas. Segundo as meninas, a caminho do motel, o grupo parou em uma “boca” (ponto de tráfico) para comprar o lança-perfume. Elas também disseram que só não houve ato sexual porque os policiais chegaram antes.
