Duas mulheres são presas em Praia Grande por aplicarem golpes em todo o país

Dupla foi presa em operação de policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  05/04/19  -  01:00
Grande quantidade de equipamentos e documentos foi apreendida
Grande quantidade de equipamentos e documentos foi apreendida   Foto: Divulgação/Polícia Civil

Em uma casa de alto padrão alugada em Praia Grande, funcionava a central de estelionatos de duas mulheres, presas por policiais da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Santos na quarta-feira (4). Neste imóvel, elas articulavam golpes em todo o país contra funcionários públicos, passando-se por representantes de escritórios de advocacia.


Pelo mesmo tipo de crime, a dupla, de 37 e 54 anos, foi capturada por força-tarefa composta pela Polícia Civil de Minas Gerais e a Polícia Federal, em 2015, durante a Operação Pecus.


Segundo o delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior, titular da DIG, a dupla obtinha dados de funcionários públicos e lhes enviavam correspondências enganosas, nas quais os informavam sobre supostos “créditos judiciais”.


No entanto, para a liberação desses valores, os servidores deveriam depositar determinadas quantias em contas correntes de outros integrantes da quadrilha, geralmente, laranjas. Apesar de terem sido presas em 2015, as duas já estavam em liberdade e continuariam a aplicar os golpes, conforme apurou a equipe da DIG.


Por isso, mandados de busca e apreensão foram solicitados para as casas das mulheres. Os imóveis ficam em Praia Grande e nada de ilícito foi encontrado na moradia de uma das suspeitas, detida na casa da comparsa. Porém, na residência da outra mulher, na Rua Maximina Ildefonso Ventura, no bairro Caiçara, farto material relacionado aos golpes foi apreendido.


De acordo com Paulo Carvalhal, chefe dos investigadores da DIG, foram achados no imóvel um celular roubado em São Paulo, no dia 4 de dezembro de 2018; dois documentos de identidade notoriamente falsos, porque ostentam a fotografia de uma mesma mulher, porém, com nomes diferentes; e 15 correspondências já prontas para serem enviadas pelos Correios para potenciais vítimas.


As buscas pela casa ainda resultaram na apreensão de mais cinco RGs em nome de várias pessoas e de sete celulares, dois notebooks e nove cadernos com anotações. “Os escritos indicam grande movimentação financeira e orientam como atender as vítimas, na hipótese de elas telefonarem em busca de informações sobre os falsos créditos judiciais”, explicou Carvalhal.


Uma das golpsitas morava em uma residência de alto padrão em Praia Grande
Uma das golpsitas morava em uma residência de alto padrão em Praia Grande   Foto: Divulgação/Polícia Civil

Fraude


Embora não tenha ligação com os estelionatos investigados, um cartão do Bolsa Família em nome de uma das suspeitas foi recolhido na casa. “A acusada mora em uma casa de elevado padrão, com hidromassagem e dois automóveis e uma moto na garagem. Tudo isso é incompatível com um beneficiário do programa governamental. Por isso, acionaremos a Polícia Federal para apurar provável fraude”, disse o chefe dos investigadores.


Na casa da outra golpista, também estava um filho dela, de 21 anos. O rapaz dormia e, ao lado da cama, havia um cigarro e uma porção de maconha. O jovem alegou que a droga destinava-se ao próprio consumo, sendo liberado. As duas mulheres optaram por nada declarar. Autuadas em flagrante por receptação, falsificação de documento público e estelionato, elas foram recolhidas à cadeia.


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