DNA vincula homem a latrocínio de universitária holandesa no litoral de SP

O crime aconteceu em uma trilha entre as praias de Paúba e Maresias, no Litoral Norte

Por: Eduardo Velozo Fuccia & Da Redação &  -  05/11/20  -  16:07
Holandesa cursava Veterinária e passava a pandemia na casa da família na praia de Paúba
Holandesa cursava Veterinária e passava a pandemia na casa da família na praia de Paúba   Foto: Reprodução

Exame de DNA vinculou Willian Lourenço dos Santos, de 38 anos, ao latrocínio (roubo seguido de morte) da universitária holandesa de Veterinária Júlia Rosenberg Pearson, de 21 anos. O crime aconteceu em uma trilha entre as praias de Paúba e Maresias, no Litoral Norte. Com o resultado do confronto genético, divulgado nesta terça-feira (3), policiais do 2º DP de São Sebastião consideram a autoria do crime esclarecida. 


Clique aqui e assine A Tribuna por apenas R$ 1,90. Ganhe, na hora, acesso completo ao nosso Portal, dois meses de Globoplay grátis e, também, dezenas de descontos em lojas, restaurantes e serviços!


Condenado a quatro anos e um mês de reclusão por tentativa de estupro e com passagem criminal por roubo, Willian foi capturado pelos investigadores Ricardo Marques e Regiandro Rezende no dia 22 de setembro. Ele estava em um depósito onde trabalhava como ajudante, em Maresias. Próximo deste local, no dia 6 de julho, o corpo de Júlia havia sido encontrado parcialmente enterrado em uma cova rasa. 


À época da prisão, Willian negou ligação com a morte da holandesa. Por falta de provas, ele seria liberado, não fosse o mandado de prisão referente à tentativa de estupro. A ordem de captura foi expedida em 12 de agosto de 2019, mas o homem permanecia foragido. O condenado indicou como endereço uma casa em Camburi, em São Sebastião. Atualmente, ele encontra-se na penitenciária de Serra Azul, na região de Ribeirão Preto. 



Prova técnica 


Para elucidar a morte de Júlia, a equipe do delegado Alexandre Bertolini obteve importante pista. Material coletado no local do latrocínio se tornou a “impressão digital” do criminoso, mas era preciso encontrá-lo, realizar o confronto genético e aguardar o laudo para associá-lo ao delito. Willian negou envolvimento no assassinato ao ser capturado, mas o resultado do DNA recém-divulgado o vinculou de forma irrefutável. 


Com o laudo, Willian será ser trazido da penitenciária de Serra Azul ao 2º DP de São Sebastião para interrogatório e indiciamento pelo latrocínio da holandesa, independentemente, de eventual negativa de autoria ou de seu silêncio, facultado pela Constituição Federal. Diante do resultado do DNA – prova técnica que propicia 99,9% de certeza, a responsabilização criminal do acusado é certa. 


Mãe de Júlia, a bióloga Carla Rosenberg, de 62 anos, informou que a filha saiu de casa às 6h50 do dia 5 de julho, um domingo. O objetivo era caminhar de Paúba a Maresias por meio da trilha do morro que separa as praias. Apesar de a jovem ter o hábito de realizar esse percurso, a bióloga justificou estar preocupada porque a estudante não havia retornado da caminhada que costumava concluir em cerca de uma hora em média. 


Câmera de segurança registrou a presença de Júlia na entrada do morro. A partir da última imagem da estudante com vida, foram iniciadas buscas para localizá-la. Neste trabalho de varredura, o Corpo de Bombeiros contou com o auxílio de moradores da área. No dia seguinte, o corpo da universitária foi encontrado em uma cova rosa, coberto por folhas. Ele estava próximo a uma antena de transmissão de telefonia móvel. 


Asfixia mecânica 


Júlia residia na Capital, mas decidiu ficar na casa da família na praia de Paúba durante a pandemia do novo coronavírus. Ela foi estrangulada com o cinto de sua pochete, encontrado envolto ao seu pescoço. Também contribuiu para a sua morte por asfixia mecânica uma máscara de proteção facial colocada dentro da boca, possivelmente para abafar os seus gritos de socorro. 


A pochete da vítima não foi achada. Também sumiram o seu celular e o par de tênis que calçava, caracterizando o roubo. Embora a universitária estivesse vestida, cogitou-se inicialmente a hipótese de estupro, depois descartada. Foi realizado levantamento de homens com passagens por crimes sexuais moradores em São Sebastião. Por meio desse estudo, os investigadores chegaram até Willian, entre outros suspeitos. 


Após negar participação no latrocínio da holandesa e apresentar um álibi sobre onde estaria no momento do crime, certo da impunidade, Willian aceitou fornecer material para exame de DNA. O procurado por outros crimes ignorava que, para eventual confronto genético, substâncias haviam sido coletadas na cena do roubo seguido de morte, em especial, em uma faca e na máscara retirada da boca da vítima. 


Ainda não há data definida para Willian ser trazido da unidade prisional onde se encontra para o 2º DP de São Sebastião, em Boiçucanga. Para a retirada do acusado da penitenciária, o delegado Bertolini depende de autorização judicial. Além de interrogar e indiciar o marginal, os policiais civis pretendem reconstituir o latrocínio para esclarecer todo o roteiro do crime.


Tudo sobre:
Logo A Tribuna
Newsletter