Comerciante é acusado de abrir bar durante quarentena e desacatar guarda municipal em Santos

Episódio ocorreu na noite de quinta-feira (3), no Australiano Bar, no Boqueirão

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  03/04/20  -  23:57
Ocorrência foi registrada na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos
Ocorrência foi registrada na Central de Polícia Judiciária (CPJ) de Santos   Foto: CPJ

O proprietário do Australiano Bar, localizado no bairro Boqueirão, em Santos, foi conduzido à Central de Polícia Judiciária (CPJ), na quinta-feira (3) à noite, porque teria desacatado um guarda civil municipal. O agente público flagrou o estabelecimento funcionando com clientes, em desrespeito ao decreto do prefeito Paulo Alexandre Barbosa (PSDB), que impõe restrições devido à pandemia do coronavírus, como acontece em outras cidades.


Segundo o guarda, houve denúncia anônima de que o Australiano estava em pleno funcionamento, com clientes ingerindo bebida alcoólica e com o aparelho de som em volume alto. O agente municipal constatou a veracidade da informação e disse que, em seu plantão anterior, na terça-feira (31), esteve no bar pelo mesmo motivo. Naquela ocasião, ele orientou que o comércio precisava ser fechado, sendo atendido de imediato.


Porém, na quinta-feira, conforme o guarda, Clibas Chasseraux Diniz, de 44 anos, afirmou que não fecharia o bar e não obedeceria ao decreto municipal. O agente ainda reproduziu uma frase que o comerciante lhe teria dito:  “Se retornar aqui novamente, vai ver o que irá te acontecer”. A versão do servidor público foi confirmada por um colega de farda, que o acompanhou ao Australiano, situado na Avenida Epitácio Pessoa, 117.


Os guardas conduziram Clibas à CPJ. Durante a elaboração de boletim de ocorrência, eles algemaram o comerciante sob a justificativa de que ele “quis se ausentar do plantão”. O delegado João Octávio de A. R. de Mello registrou o caso como “desacato” e liberou as partes em seguida.


De acordo com os guardas, os fatos ocorridos no Australiano foram presenciados por um cliente e uma funcionária, que não compareceram à repartição.


A reportagem de A Tribuna entrou em contato telefônico com Clibas na tarde desta sexta-feira (3). Inicialmente, o comerciante declarou que não ia se manifestar. Logo em seguida, porém, ele classificou o episódio como um “mal-entendido, apenas”. O dono do Australiano, por fim, minimizou o ocorrido e disse que “não houve nada de errado da minha parte e da outra”.


Logo A Tribuna
Newsletter