Colisão entre carro de juiz e bicicleta mata ciclista na Rodovia Rio-Santos

Segundo a Polícia Militar Rodoviária, Clayton César Pereira da Silva, de forma repentina, entrou pela contramão, o que ocasionou o acidente

Por: Eduardo Velozo Fuccia  -  21/07/20  -  23:43
Bicicleta em que estava a vítima no momento do acidente
Bicicleta em que estava a vítima no momento do acidente   Foto: Divulgação

Uma colisão frontal envolvendo um Volkswagen SpaceFox e uma bicicleta causou a morte do ciclista Clayton César Pereira da Silva, de 51 anos, segunda-feira (20) à noite, na Área Continental de Santos. O carro era dirigido pelo juiz Guilherme Vieito Barros Júnior, de 44 anos. Titular da 2ª Vara Criminal de Ilhéus, ele acumula a função de diretor do Fórum daquela comarca baiana, distante a 446 quilômetros da capital Salvador.


“Estou muito abalado. É um pesar muito grande. Trata-se de vida humana”, disse o magistrado para A Tribuna. Natural de Santos, onde possui apartamento, o juiz cumpre na Cidade, em regime de home office, as suas tarefas do Poder Judiciário do Estado da Bahia. Sobre o acidente, Vieito Barros frisou que trafegava a cerca de 60 km/h, dentro do limite de velocidade.


O desastre aconteceu no km 233+100 metros da Rodovia Rio-Santos, às 21h45, no bairro santista de Caruara. Porém, ele foi registrado na Delegacia de Bertioga, que é a mais próxima. Morador na comunidade vizinha de Caiubura, que fica no território bertioguense, Clayton trabalhava como ajudante de pedreiro e morreu no local do acidente, conforme constatou o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu).


Como foi


A Polícia Militar Rodoviária apurou que o SpaceFox trafegava na pista sentido Santos e a vítima pedalava a bicicleta na direção oposta. Porém, no local do acidente, de forma repentina, o ciclista ingressou pela contramão na faixa na qual seguia o carro, provocando a colisão frontal entre os veículos. “Não tinha o que fazer, não tive culpa. É uma experiência terrível”, defendeu-se o juiz ao conversar com a Reportagem.


Vieito Barros parou o seu veículo, acionou socorro para a vítima, ligou para a Polícia Militar e aguardou na rodovia a chegada da ambulância do Samu e da viatura. Na Delegacia de Bertioga, além do registro da ocorrência, foram requeridos exame necroscópico e perícia para o local do acidente e os veículos. A documentação da ocorrência será remetida ao 1º DP de Santos, em cuja área ocorreu o desastre.


Populares informaram que o ajudante de pedreiro, momentos antes do acidente, saiu de um bar, onde consumiu bebida alcoólica. Os patrulheiros rodoviários estiveram no estabelecimento, cujo dono confirmou esta versão. O delegado Max Pilotto, titular do 1º DP de Santos, disse que será instaurado inquérito policial para apurar suposto homicídio culposo (não intencional) na direção de veículo automotor.


Para se caracterizar esse delito é necessário que haja imprudência, negligência ou imperícia do investigado. Pilotto aguarda o envio dos laudos periciais e ouvirá eventuais testemunhas do episódio e o magistrado. O objetivo é esclarecer se a colisão decorreu de culpa exclusiva da vítima ou se o motorista do SpaceFox, de algum modo, contribuiu para o resultado fatídico. 


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