Casal tenta vender casa de idosos pela internet, cai em emboscada e é preso no Litoral de SP

Um caso de estelionato foi registrado na tarde desta quinta-feira (25), em Mongaguá, Litoral de São Paulo. Um homem, de 41 anos, e uma mulher, de 39, estavam tentando vender uma casa que não era deles em grupos de redes sociais, mas foram descobertos pelos verdadeiros proprietários do imóvel. Após uma emboscada, o casal foi preso por policiais civis e segue à disposição da justiça.

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Conforme o boletim de ocorrência, o anúncio de venda da casa, que fica na Avenida Sorocabana, no bairro Agenor de Campos, foi publicado em diversos grupos de comércio da rede social Facebook. Foi em uma dessas páginas que um casal de idosos, um homem, de 73 anos, e uma mulher, de 63, descobriu que a própria casa estava sendo anunciada por R$ 115 mil. Os idosos foram avisados por um conhecido que viu a publicação.

Sabendo do fato, a mulher entrou em contato com o suposto vendedor, se passando por interessada no imóvel, e marcou uma visita. Ao mesmo tempo, o casal informou o caso à polícia, que armou uma emboscada para capturar os estelionatários. Os agentes foram até o local e ficaram auma distância de 100 metros, para permanecerem posicionados e observarem a movimentação em frente à casa.

Quando o casal de idosos chegou, eles foram abordados por outro homem, de 51 anos, que era um dos interessados em adquirir a casa. Logo depois, o homem e a mulher que se passavam por falsos vendedores chegaram ao local, e com uma chave, entraram no imóvel.

Logo em seguida, os policiais civis também entraram na residência e prenderam o casal de suspeitos. Eles foram levados para o Pronto-socorro Central de Mongaguá para realizar os procedimentos de praxe, e em seguida, encaminhados para a delegacia da cidade, onde foram presos em flagrante por estelionato.

Versão dos suspeitos

Em depoimento, a mulher disse à polícia que, há cerca de quatro semanas, passou com o marido em frente à casa e repararam que ela estava vazia. O homem teria comentado sobre a possibilidade de vendê-la e trocou o cadeado do portão da residência.

Segundo ela, a porta de acesso aos cômodos estava aberta e então passaram a ir ao local em dias alternados para verificar se o proprietário apareceria. Como tudo continuou da mesma forma, inclusive o novo cadeado colocado, a mulher disse que o marido tirou fotos do imóvel e o anunciou no Facebook em um perfil criado por ele.

A mulher disse aos policiais que teria advertido o marido sobre a atitude não ser correta, mas ele não a escutou. Ela ainda declarou que ele teria passado o usuário e senha do perfil para uma mulher de Itanhaém, que estaria atuando junto com ele nas propostas de venda da casa. Além disso, ele chegou a mandar fotos do imóvel para uma pessoa de apelido ‘baiano’, pedindo para que ajudasse na venda da casa e oferecendo vantagens financeiras, caso ela fosse vendida. Por fim, a mulher autorizou que o celular dela fosse periciado e forneceu a senha do aparelho.

Já o homem confessou aos policiais que criou a página no Facebook para anunciar a casa e que conversou com pessoas interessadas em adquirir o imóvel. Ele relatou que, para algumas delas, informou que era o proprietário e, para outras, que era corretor.

Ao contrário da esposa, ele disse que passou pela casa na semana passada e encontrou o portão aberto. Como viu que não havia ninguém morando ali e o imóvel estava aparentemente ‘abandonado’, ele afirma que resolveu colocar uma corrente no portão e o manteve fechado para vendê-lo. Questionado se ele havia transferido a conta do anúncio para outra pessoa, ele negou ter feito isso.

Testemunha

O acusado também disse em depoimento que, no mesmo dia que foi preso, havia combinado com um interessado na compra de ir até o local. Ele é o homem de 51 anos que apareceu durante a abordagem ao casal. Ele teria combinado com o falso vendedor que daria R$ 40 mil no momento da compra e o restante seria combinado pessoalmente.

Por estar no local, o homem foi citado como testemunha e prestou depoimento à polícia. Ele disse que queria comprar uma casa na cidade e, no dia anterior, tinha visto um anúncio no Facebook e conversou com uma pessoa que se dizia corretor.

Como haviam combinado de ir até o imóvel, o homem chegou ao local por volta de meio dia e, como não viu ninguém, perguntou a uma vizinha se a casa estava à venda e recebeu a confirmação. Logo depois, ele encontrou os verdadeiros proprietários que lhe avisaram do golpe.

Em seguida, os falsos vendedores chegaram para conversar com os três e a testemunha percebeu que a mulher tinha uma chave que abriu a casa para ser visitada. Depois de toda a abordagem policial, o homem disse aos policiais que, enquanto aguardava para prestar depoimento, ainda recebeu mensagens do perfil anunciante, perguntando se tinha gostado do imóvel. Por fim, ele forneceu prints de toda a conversa para os agentes.

Defesa

A advogada de defesa do casal preso, Vanessa Drudi, foi procurada por A Tribuna. Em nota, ela disse que os averiguados foram conduzidos à delegacia, e que ambos agiram de boa-fé e não têm qualquer envolvimento com atividades ilícitas e sempre agiram de acordo com a lei e os princípios éticos.

“Estamos confiantes de que a investigação em curso esclarecerá todos os aspectos relacionados ao incidente e determinará a verdade dos fatos”, declarou.

A advogada informou que o casal passou por audiência de custódia na tarde desta sexta-feira (26), e foram soltos. Agora eles responderão ao processo em liberdade.