A Polícia Federal (PF) deflagrou, nesta quarta-feira (10), operação em três estados para prender marginais ligados ao Primeiro Comando da Capital (PCC). Um dos principais alvos é de Santos e não foi capturado, porque já havia sido detido na véspera, após atirar na direção de duas policiais militares.
Denilson Brito Rodrigues, o Oclinhos, de 25 anos, efetuou seis disparos contra uma cabo e uma soldado, às 8h40 de terça-feira. Elas estavam paradas em uma viatura na esquina da Rua Evaristo da Veiga com a Avenida Bernardino de Campos (Canal2), no Campo Grande.
Um tiro atingiu de raspão a lateral esquerda do casaco da cabo, na altura do ombro. Os demais acertaram a viatura. As vítimas sequer tiveram tempo de reagir, mas conseguiram se abrigar atrás do veículo e logo pediram apoio.
Oclinhos estava com Elias Rabelo dos Santos, o Liliu, de 25 anos, e Leonardo Edson Rios de Jesus, o Robinho, de 21. O trio fugiu em um Honda City roubado. Robinho dirigia o carro e o colidiu em um poste de sinalização de trânsito na Rua Paissandu com o Canal 2, na Vila Belmiro.
Logo em seguida, outros policiais capturaram o trio e apreenderam a pistola calibre 380 usada por Oclinhos. Conduzido à Delegacia de Investigações Gerais (DIG), o trio foi autuado em flagrante por tentativa de latrocínio, porque a suspeita é a de que ele tentou executar as policiais para roubaras suas armas.
Roubos de carga
Segundo o delegado Luiz Ricardo de Lara Dias Júnior e o investigador Paulo Carvalhal, da DIG, o flagrante ocorreu nesta unidade porque Oclinhos e Liliu são acusados de cerca de 15 roubos de carga esclarecidos pelos policiais da delegacia especializada. A participação da dupla em outros crimes não está descartada.
A pedido de Lara, a Justiça já havia decretado a prisão temporária de Liliu e Oclinhos. O segundo criminoso ainda está condenado a nove anos e seis meses de reclusão por tráfico de drogas e roubo, sendo foragido desde o final de 2018 da Penitenciária de Pacaembu (SP), quando obteve o benefício de saída temporária, mas não retornou.
Atuação no Norte
Também conhecido pelos apelidos de Catelo e Dente, Denilson Rodrigues foi identificado pela PF como uma liderança do PCC em Roraima, na Região Norte. Por esse motivo, no último dia 28 de junho, teve a prisão preventiva decretada pela Vara de Entorpecentes e Organizações Criminosas da capital Boa Vista.
Naquele estado, o PCC é acusado de promover atentados incendiários e travar uma guerra com a Família do Norte (FDN), facção com hegemonia na Amazônia e que já promoveu a decapitação em massa de rivais em presídios.
Operação
Além de Dente, mais 34 marginais foram identificados. Eles tiveram as preventivas decretadas e a PF deflagrou nesta quarta-feira (10) a Operação Hipaspistas para prendê-los nos estados de São Paulo (Santos), do Paraná (Londrina e Ponta Grossa) e de Roraima (Boa Vista, Rorainópolis, Caracaraí e Mucajaí).