Tartaruga que passou por Ubatuba e tem condição rara, chega ao Projeto Tamar

Animal albino chegou ao centro de visitantes da fundação em Aracaju. Pesquisadores vão poder desenvolver estudos sobre o caso

Por: Por ATribuna.com.br  -  01/12/20  -  06:30
Atualizado em 01/12/20 - 06:49
Tartaruga-cabeçuda nasceu com condição rara de falta de pigmentação
Tartaruga-cabeçuda nasceu com condição rara de falta de pigmentação   Foto: Reprodução

Uma tartaruga da espécie cabeçuda (Caretta caretta) nasceu com uma condição rara em São Francisco de Itabapoana, no Rio de Janeiro, em um ninho encontrado na Praia do Gargaú. Era uma dos oito albinos do total de 118 filhotes nascidos no local. Do Rio, ela foi transferida para a base da Fundação Projeto Tamar em Ubatuba e, por fim, trazida para Aracaju onde ganhou um novo lar.


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Desde que chegou ao centro de visitantes, a tartaruga cresceu um centímetro e tem despertado a curiosidade das pessoas: “Todos se encantam com as particularidades dela”, destaca o biólogo Rauber Garcia.


“O albinismo é um fenômeno raro em tartarugas marinhas, que, como qualquer outra espécie animal, podem nascer com a falta de pigmentação causada por fatores genéticos. Estima-se que apenas um em cada mil filhotes nascidos sobrevivam até a idade adulta, no ciclo de vida das tartarugas marinhas. Isto acontece de forma natural, já que os pequenos filhotes de tartarugas marinhas, que nascem com cerca de 5 centímetros de comprimento de casco, servem de alimento para uma grande diversidade de animais, como caranguejos, polvos, aves marinhas e peixes. No caso dos filhotes albinos, esta probabilidade de sobrevivência na natureza é ainda menor, já que a falta de coloração o torna um alvo fácil para predadores, aumentando as chances de serem atacados logo nos primeiros dias de vida", explica Garcia.


Em Aracaju ela terá uma chance maior, pois terá cuidados especiais para uma vida longa, e assim poder também ser estudada, o que vai contribuir para um maior entendimento sobre o albinismo nas tartarugas nesta espécie. A Fundação Projeto Tamar reabriu seus Centros de Visitantes seguindo todas as normas sanitárias estabelecidas pelos órgãos competentes a fim de garantir uma visita segura.


Sobre o Tamar


O Projeto Tamar começou a proteger as tartarugas marinhas no Brasil em 1980. A Fundação Projeto Tamar executa a maior parte das ações descritas no Plano de Ação Nacional para a Conservação das Tartarugas Marinhas (PAN). Trabalha na pesquisa, proteção e manejo das cinco espécies de tartarugas marinhas que ocorrem no país, todas ameaçadas de extinção: tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea).


O projeto protege cerca de 1.100 quilômetros de praias e está presente em 23 localidades, em áreas de alimentação, desova, crescimento e descanso das tartarugas marinhas, no litoral e ilhas oceânicas dos estados da Bahia, Sergipe, Pernambuco, Rio Grande do Norte, Espírito Santo, São Paulo e Santa Catarina.


Em Ubatuba, o Centro de Visitantes funciona de quinta a domingo, das 10h às 17h. Às terças há visita especial agendada (direcionadas a pequenos grupos familiares). Mais informações no telefone (12) 3832-6202 ou no site


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