Justiça manda Ministério da Saúde substituir direção do hospital no Rio

Leitos ociosos durante a pandemia da Covid-19 motivou a decisão; ação judicial cobra utilização total das estruturas em um momento que a cidade do Rio de Janeiro tem mais de mil pacientes na fila por vaga

Por: Do Estadão Conteúdo  -  03/05/20  -  00:48

A Justiça Federal do Rio de Janeiro intimou o Ministério da Saúde a substituir a direção do Hospital Federal de Bonsucesso, na capital fluminense, por omissão no enfrentamento da pandemia da covid-19. Na decisão, a juíza Carmen Silvia Lima de Arruda, da 15ª Vara Federal, acusa a direção da unidade de negligência na criação de um plano de contingência. 


A magistrada pede ainda que a pasta diga como o hospital - e outras unidades de saúde federais - deva proceder em relação aos equipamentos ociosos. Segundo a juíza, há 30 leitos de UTI prontos e 14 respiradores parados no hospital, sob alegação de falta de pessoal, muitas vezes dispensados sem a realização de testagem para a doença. 


Enquanto isso, há quase mil pacientes na fila de espera por um leito, segundo informações da Secretaria Municipal de Saúde do Rio. No último dia 22 de abril, a juíza havia determinado que todos os hospitais federais do Rio - Andaraí, Bonsucesso, Cardoso Fontes, Ipanema, Lagoa e Servidores - passassem a ceder seus leitos livres por meio do Sistema Nacional de Regulação.  


O processo foi aberto pela Defensoria Pública da União. Uma nova audiência está marcada para a próxima terça-feira (5), quando o Estado do Rio deverá apresentar o resultado de auditorias nos demais hospitais e institutos federais, com indicação da quantidade de leitos vazios e da quantidade de respiradores disponíveis. 


A juíza também intimou o Comandante do Comando Militar do Leste a apresentar um relatório detalhando os insumos e outros itens necessários à abertura de hospitais de campanha, com cronograma de detalhado. Além disso, deverá informar se houve óbitos de soldados e tropa do Rio de Janeiro com a covid-19.  


Ela requer ainda que os diretores dos hospitais do Exército, Marinha e Aeronáutica esclareçam se estão sendo realizadas cirurgias eletivas nestes hospitais, se há pacientes internados com a doença, se houve mortes, quantos leitos estão preparados para atendimento de pacientes com o novo coronavírus e qual a sua taxa de ocupação. 


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