Prefeitura de Santos pede ação da BR Mobilidade contra viciados

Túnel por onde passa o VLT, no José Menino, é usado como abrigo para consumo de crack

Por: Da Redação  -  06/11/18  -  10:19
  Foto: Carlos Nogueira/AT

A Prefeitura de Santos quer que a concessionária BR Mobilidade tome providências quanto ao túnel por onde passa o Veículo Leve sobre Trilhos (VLT), no José Menino. Não é de hoje que moradores de rua consomem drogas e utilizam o local como abrigo.


Quem passa de VLT ou de carro pela Rua Santa Terezinha já cansou de ver. “Eles não fazem questão de disfarçar nada”, reclama uma passageira que usa o VLT todos os dias.


É grande a quantidade de homens e mulheres fumando crack. Alguns deles dormem em colchões colocados próximos às paredes de concreto do túnel. Outros montam varais de roupas e espalham lixo.


“Entro e saio com o carro à noite e nunca mexeram comigo. No começo, tinha muito medo. Eles estão sempre revirando o lixo, andando de lá pra cá. A quantidade de moradores de rua vem crescendo”, diz Rebeca Pereira, que trabalha em uma transportadora e mora, desde janeiro, em um apartamento na Praça Washington, ao lado do Orquidário.


Esta semana, o vereador Fabrício Cardoso (PSB) fez um vídeo, que circulou pelo WhatsApp, dentro do túnel mostrando a situação. O parlamentar foi hostilizado diversas vezes.


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Medidas


O secretário municipal de Desenvolvimento Social, Flávio Jordão, diz que, esta semana, enviou um ofício à Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) de Santos pedindo uma reunião com a empresa concessionária do VLT.


“Eu solicitei uma audiência com a BR Mobilidade para que alguma coisa concreta seja feita no túnel. O fechamento do local ou alguma outra coisa que eles entendam que seja viável. Já tivemos algumas conversas, mas nada foi feito”, diz ele.


Seguranças que impeçam as pessoas de acessá-lo a pé, água correndo pelas paredes ou a instalação de um sinal sonoro que impossibilite que qualquer um permaneça ali são outras alternativas.


As medidas, no entanto, devem vir acompanhadas de mais ações das secretarias municipais de Saúde e de Desenvolvimento Social, prevê Flávio Jordão.


“É um trabalho bem complexo e temos buscado alternativas. Acho que a Prefeitura tem de intensificar a abordagem social e da (Secretaria de) Saúde, conjuntamente, trabalhar com internações compulsórias, em alguns casos. Isso está previsto em lei”, completa.


O Desenvolvimento Social mantém sete equipes que trabalham com o convencimento de pessoas para levá-las para abrigos da Prefeitura.


Uma moradora de um edifício na Praça Washington, desde a década de 199o, que pediu para não ter o nome revelado, afirma que a situação só piorou nos últimos anos. Ela conta que, principalmente durante a madrugada, já presenciou diversas situações.


“É um ponto de referência para venda de drogas para outras pessoas da Cidade. Tem pessoas que vêm em busca de sexo com essa gente, que vive numa situação deplorável”, lamenta a dona de casa.


Resposta


A BR Mobilidade Baixada Santista afirma que a existência de pessoas em situação de rua e usuários de drogas “configura-se uma questão de saúde pública, com assistência a ser prestada pelas Prefeituras de Santos eSão Vicente”.


Diz ainda que as ações que essas administrações municipais colocam em prática incluem o encaminhamento dos moradores derua de forma voluntária aos serviços públicos disponíveis e devemenvolver equipes multidisciplinares com profissionais de saúde, assistência social e segurança.


Em ocorrências onde pessoas em situaçãode rua impedem ou colocam em risco a operação do VLT, realiza-se o acionamento dos órgãos de segurança para remoção dos indivíduos”.


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