Consórcio negocia com Petrobras pela volta do uso de aeroporto em Itanhaém

Voa SP afirma manter conversações para que estatal retome atividades no Litoral Sul

Por: Eduardo Brandão & Da Redação &  -  06/11/18  -  10:47
  Foto: Alberto Marques/AT

Responsável pela administração do Aeroporto de Itanhaém – e outros quatro no Interior –, o consórcio Voa SP afirma ter retomado negociação com a Petrobras para que volte a utilizar o equipamento nas operações off shore. A interrupção no serviço, no começo do ano, reduziu em mais de 90% a movimentação de aviação executiva no local.


A estatal, no entanto, não confirma o interesse de utilizar novamente o equipamento para transporte de trabalhadores às plataformas marítimas para a exploração do pré sal. As conversas com a Petrobras e a BR Distribuidora são conduzidas pelo coronel Marcel Gomes Moure, que assumiu a presidência da concessionária em setembro.


Os prazos e valores envolvidos não foram informados pela empresa, que afirma estar em fase “avançada” de negociação. Por questões estratégicas, estatal e consórcio não adiantam detalhes do acordo. “Estamos conversando e esperamos que retomem as operações brevemente”, afirma a VoaSP, por nota.


Já a Petrobras informa que o atual Plano de Negócios (2018-2020) não prevê a retomada das operações no complexo.


Histórico


A perda do principal cliente do Aeroporto Antônio Ribeiro Nogueira Júnior ocorreu em fevereiro. Na ocasião, a petrolífera repassou de forma provisória as operações logísticas para a Base Aérea de Santos, em Guarujá, e, posteriormente, para Jacarepaguá, no Rio de Janeiro.


O equipamento de Itanhaém era responsável pelo transporte dos funcionários embarcados à plataforma de Merluza (184 km de distância da costa paulista) e a de Mexilhão (320 km). Nesses poços, são produzidos gás natural e condensado de petróleo.


A transferência se deu por término de contrato do serviço terceirizado para o combate a incêndio no equipamento de Itanhaém. A política de segurança da estatal não permite voos de seus colaboradores sem que haja um sistema de combate a emergência. A norma interna contradiz uma resolução da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), que desobriga a existência de brigadistas em aeroportos.


O consórcio chegou a realizar obras de modernização do empreendimento, mas não conseguiu manter as operações da Petrobras ativas no local. Sem a estatal, o aeroporto de Itanhaém voltou a receber apenas aviação executiva e táxi-aéreo que atendem a região.


O contrato de utilização do espaço estava previsto para se esgotar no próximo ano. A Tribuna apurou que divergências sobre validade contratual – a petrolífera queria 15 anos, enquanto a gestora do espaço pediu, no mínimo, 25 anos – e valores determinaram a interrupção prematura do acordo.


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